Pesquisa: trânsito continua com nota baixa para paulistanos; avaliação sobre poluição piora

 

O paulistano dá nota 3,3  – em uma escala de 1 a 10 – para a situação do trânsito na cidade, é o que revela a pesquisa Movimento Nossa São Paulo/Ibope – Dia Mundial Sem Carro 2010, lançada na manhã desta quinta (16/09). Os aspectos mais bem avaliados no tema locomoção são “quantidade da faixa de pedestres” e “localização da faixa de pedestres”, com média 5,2.

Entre 11 aspectos de urbanização e meio ambiente avaliados, a qualidade do ar e o controle da poluição receberam as piores notas. A média para qualidade do ar caiu de 3,6 (em 2009) para 3 (em 2010); a média do controle da poluição desceu de 3,7 (em 2009) para 3,2 (em 2010). A satisfação com parques e áreas verdes é a maior, mas caiu de 5,3 para 5,2.

O levantamento – a quarta edição da pesquisa – foi realizado pelo Ibope entre os dias 25 e 30 de agosto e ouviu 805 paulistanos com 16 anos ou mais. A margem de erro estimada é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. A divulgação da pesquisa faz parte da programação da Semana da Mobilidade, que vai de 16 a 22 de setembro, quando é comemorado o Dia Mundial Sem Carro.

Confira a apresentação resumida da pesquisa
Confira a pesquisa completa 

Veja as entrevistas

Abaixo, alguns destaques da pesquisa:

Uso do carro

Cai quem usa automóvel todos os dias ou quase todos os dias: de 29% para 26%. De 2008 a 2010 – cai de 30% para 26%

Transporte público

Aumenta disposição para usar transporte público se for para melhorar meio ambiente – sobe de 40% para 52%, mais da metade, os que estão dispostos a deixar de usar carro diariamente para usar mais transporte público

Trânsito em SP

-Tempo médio de deslocamento para realizar atividade principal: se mantém em quase duas horas: 1h49 min. No ano passado o tempo estimado pelos entrevistados foi de 1h57 minutos.

Tempo médio gasto no trânsito de deslocamento para realizar todos os deslocamentos diários: mantém mais de 2h40 – estimado em 2h42; em 2009 era de 2h43.

Medida mais importante para diminuir o problema no trânsito e que deve ser prioridade:

– Construir linhas de metro e trem e ampliar as já existentes: sobe de 61% para 68%. — Construir mais corredores de ônibus ou ampliar os já existentes: se mantém em segundo lugar – cai de 45% para 42%.

– Construir mais viadutos, pontes, viadutos, túneis ou ampliar as vias já existentes permanece em terceiro lugar, com 27%.

Medidas no trânsito

– Aumenta de 83 para 93% os que estão a favor (mesmo número para quem usa carro todos os dias ou quase) da aplicação de multas para quem para na faixa de pedestres; Rodízio de 2 dias: cai quem é a favor de 52% para 41% e aumenta quem é contra de 46%% para 56%;

– Pedágio urbano no centro expandido: proporção dos que são a favor cai de 26% para 20% e dos que são contra aumenta de 73% para 78%;

– Construção e ampliação de ciclovias: grupo favorável cresce de 89% para 92% e do grupo contrário cai de 11% para 5%.

– Proibição de estacionamento de veículos nas ruas e avenidas do centro expandido: têm o apoio de 62% e se dizem contrários 35%. Também tem o apoio de 62% dos que são motoristas.

Respeito no trânsito

– Aumentou sensação de que há desrespeito no trânsito:                                       

Sobe de 68% para 79% dos entrevistados a opinião de que motociclistas são um pouco ou muito desrespeitados;

Aumenta de 69% para 75% dos entrevistados a ideia de que ciclistas são um pouco ou muito desrespeitados;

E cresce de 65% para 72% a proporção dos que acreditam que pedestres são um pouco ou muito desrespeitados.

Transporte Coletivo

– 76% deixaria de usar o carro caso houvesse boa alternativa de transporte; em 2009 eram 78%; em 2008 eram 67%;

– Para a maioria dos entrevistados (67%) o transporte coletivo deveria ter mais atenção dos governos para melhorar o transporte e circulação na cidade; percentual igual ao de 2009;

– Caiu o número dos que acham que o transporte particular deve ter prioridade: de 10 para 5%.

Ônibus

– Permanece avaliação negativa com o serviço de ônibus em SP. Todas as notas ficaram abaixo da media (5,5 – notas vão de 1 a 10).

As médias mais baixas ficaram com:

Lotação dos ônibus- média 3,4;

Acessibilidade para pessoas com deficiência – 3,8;

Preço da passagem – 4,0;

Tempo de duração da viagem: nota 4,1;

Tempo de espera nos pontos de ônibus ou terminais- nota 4,3 [junto com pontualidade- 4,3];

– No entanto, entre os usuários, ao comparar o serviço de ônibus no último ano, aumentou a proporção dos que acham que diminuiu o tempo de espera nos pontos ou terminais: de 11 para 16%. E aumentou a proporção dos que acham que aumentou a limpeza e conservação dos ônibus- de 16 para 32%.

Poluição:

– Concordância com afirmações sobre aspectos relacionados ao meio ambiente e saúde:

Se nada for feito para melhorar significativamente a qualidade do ar de SP, será impossível viver aqui daqui a 5 anos – sobe de 32% para 38% os que concordam totalmente;

Se nada for feito para melhorar significativamente a qualidade do ar da cidade, SP será uma das maiores responsáveis pelo aquecimento global no mundo – sobe de 30% para 36% a concordância;

– A poluição do ar está em 4º lugar nas áreas em que a cidade está tendo maiores problemas, considerando as 3 mais mencionadas pelos entrevistados. (não temos ainda os primeiros lugares);

– 79% consideram a poluição do ar a mais grave, entre os diferentes tipos de poluição existentes: visual, sonora, e da água;

– 96% consideram a poluição do ar um problema “muito grave” ou “grave”. Para 5% é um problema nada “grave” ou “pouco grave”;

– 97% dizem que a poluição do ar “afeta muito” ou “afeta um pouco “ a qualidade de vida da família e de pessoas próximas. Apenas 3% consideram que afeta quase nada ou não afeta.

 

Compartilhe este artigo