Levantamento da Rede Nossa São Paulo, realizado em parceria com o Ipec, mostra que o transporte público é o lugar onde elas mais correm risco de sofrer assédio
A Rede Nossa São Paulo lançou a pesquisa Viver em São Paulo: Mulheres em evento presencial e gratuito no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, na manhã do dia 5 de março, terça-feira. Realizado em parceria com o Ipec – Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica, o trabalho apresenta a percepção dos moradores e moradoras de São Paulo sobre temas como a divisão de tarefas domésticas e a violência e o assédio contra as mulheres.
Depois da apresentação dos resultados, houve um debate com especialistas no assunto: Suelaine Carneiro, socióloga e coordenadora do programa de educação do Geledés Instituto da Mulher Negra; Silvia Chakian, promotora de justiça de enfrentamento à violência doméstica e familiar do Ministério Público de São Paulo; e Maria Filomena Gregori, cientista social e professora do Departamento de Antropologia da Unicamp. A mediação foi feita por Manoela Cruz, cientista social e membro do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de São Paulo.
Você confere a gravação do evento no Youtube.
(da esq. p/ dir.) Silvia Chakian, Suelaine Carneiro, Maria Filomena Gregori, Manoela Cruz e Patrícia Pavanelli
Veja alguns resultados da pesquisa:
- Duas em cada três mulheres já sofreram algum tipo de assédio em São Paulo, número que representa cerca de 3,4 milhões de pessoas. O local em que elas percebem maior risco de assédio continua sendo o transporte público.
- 53% das moradoras de São Paulo dizem que já sofreram com gestos, olhares incômodos ou comentários invasivos; 44% sofreram assédio no transporte público e 29%, dentro do ambiente de trabalho. Uma em cada quatro mulheres já foi agarrada, beijada ou desrespeitada em outra situação sem o seu consentimento.
- 13% das mulheres dizem que já sofreram assédio no ambiente familiar. Na pesquisa do ano passado, o percentual era de 21%.
- O aumento da pena dos agressores é a medida prioritária para combater o assédio e a violência contra a mulher para 49% das pessoas entrevistadas. A segunda medida mais mencionada é a ampliação dos serviços de proteção (37%).
- As mulheres são totalmente responsáveis ou assumem a maior parte das tarefas domésticas em 41% dos lares de São Paulo.
- A diferença de percepção sobre a divisão de tarefas domésticas entre homens e mulheres é latente. Para 32% das mulheres, esse tipo de serviço é dividido igualmente; entre os homens, o percentual sobe para 50%.
- Os afazeres mais realizados pelas mulheres são limpar a casa, preparar as refeições e lavar a louça. Entre os homens, as tarefas mais comuns são a manutenção da casa, tirar o lixo e organizar a casa.
- A pesquisa mostra que 4% dos homens dizem que a realização de tarefas domésticas é exclusividade das mulheres; na pesquisa do ano passado, esse percentual era de 12%.
Para mais resultados e detalhamentos, acesse:
Viver em SP: Mulheres (versão resumida)
Viver em SP: Mulheres (versão completa)
Foto: Fernando Martins de Freitas
-
Os desafios das mulheres começam em casa, passam pelas empresas e se consolidam na política
Além da dupla/tripla jornada, elas ainda têm de lidar com as desigualdades de gênero e assédio em todos os ambientes em que circulam – sem exceção. Por Jorge Abrahão
-
Duas em cada três mulheres já sofreram algum tipo de assédio na cidade de São Paulo
Levantamento da Rede Nossa São Paulo, realizado em parceria com o Ipec, mostra que o transporte público é o lugar onde as mulheres mais correm risco de sofrer assédio
-
Pesquisa revela percepção da população de São Paulo sobre a qualidade de vida na cidade
Levantamento da Rede Nossa São Paulo, em parceria com o Ipec, mostra a percepção dos paulistanos e paulistanas sobre a cidade. Qualidade de vida, avaliação da administração pública, investimentos da prefeitura e transparência do poder público são temas abordados A Rede Nossa São Paulo lançou nesta terça-feira (23/1) a pesquisa Viver em São Paulo: Qualidade[…]
-
Mapa da Desigualdade ganha novo formato e agora traz a classificação dos 96 distritos de São Paulo
Alto de Pinheiros lidera ranking que reúne 45 indicadores temáticos, em áreas como saúde, educação, moradia, transporte, segurança e renda; no fim da lista, Capão Redondo está abaixo da média da cidade em 25 indicadores