“Caminhar pelas calçadas de São Paulo exige atenção em dobro para desviar dos obstáculos” – Folha de S.Paulo


GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO

Enquanto a pre­feitura aperta a fiscalização aos carros que desrespeitam pedestres, o sufoco que o paulistano enfrenta nas ruas começa no espaço destinado exclusivamente a quem anda a pé.
Calçadas com apenas meio metro para pedestres, esburacadas, sujas e sem acessibilidade para deficientes são comuns na cidade.

A Folha percorreu a capi­tal e constatou pelo menos dez tipos de obstáculos frequentes aos pedestres (veja exemplos nesta página). Seis anos após a implementação do programa Passeio Livre, na gestão José Serra (PSDB), continua muito difícil caminhar na metrópole.

A situação pode começar a melhorar quando o prefeito Gilberto Kassab (PSD) sancionar o projeto de lei aprovado na Câmara Municipal que aumenta o espaço das calçadas -de 90 cm para 1,20 m e aumenta o valor da multa.

O programa da gestão Serra já previa calçadas com no mínimo 1,20 m e padronizadas. Agora, no entanto, o projeto de lei deixa mais clara a regra em relação ao tamanho e obrigação de cada morador cuidar da própria calçada. Porém, nem os passeios reformados no programa anterior resistem. Na calçada da rua Cardeal Arcoverde com a rua Cônego Eu­gênio Leite, em Pinheiros, oespaço e o tipo de piso colocados são ideais.

No entanto, os bu­racos que surgiram tornam a caminhada bem menos agradável. Quando foi atingido e mor­to por um jipe Land Rover, o administrador Vitor Gurman, 24, vítima fatal do trân­sito na capital paulista, cami­nhava por uma calçada de um metro na rua Natingui, Vila Madalena (zona oeste). Nos trechos da rua onde há postes, o pedestre só anda pela rua. No centro da cidade, além de sofrer com o lixo, os calçadões são "retalhados" por tampas de concessionárias de luz, água e telefone.

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