Sociedade precisa mudar hábitos de produção e consumo, destacam participantes de seminário

 

A necessidade urgente de mudança dos hábitos da sociedade e do atual modelo de desenvolvimento para preservar a Amazônia foi a idéia central presente na abertura do seminário “Conexões Sustentáveis: São Paulo – Amazônia”, nesta terça (14). Participaram da abertura a senadora e ex-ministra do meio ambiente Marina Silva, o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge Sobrinho, o indígena e vice-prefeito eleito da cidade São Gabriel da Cachoeira (AM), André Baniwa, o integrante do Instituto Imazon, Beto Veríssimo, e os representantes do Instituto Ethos, Paulo Itacarambi, e do Movimento Nossa São Paulo, Oded Grajew.

A senadora Marina Silva destacou em sua fala que a sociedade está aprendendo a importância de prevenir os erros, mais do que de corrigi-los. Mas, segundo a senadora, esse aprendizado só vai se concretizar quando cada cidadão perceber que pode fazer escolhas no seu dia-a-dia, além de eleger os políticos. “Nós podemos eleger processos transparentes para orientar o nosso fazer, nós podemos eleger ter uma empresa que vai comprar madeira com a documentação correta até que tenhamos madeira certificada para atender a demanda de todos, nós temos que eleger para o suprimento da nossa casa o grão e a carne que é produzido de uma forma correta.”

Segundo Beto Veríssimo, do Instituto Imazon, a destruição da floresta tem apresentado taxas alarmantes e para alterar a situação é preciso criar um “ambiente para que setores da Amazônia possam dialogar e zerar o desmatamento."

As comunidades indígenas da região têm muito a contribuir com a construção de novos hábitos para garantir o futuro do planeta, afirmou André Baniwa. “Os povos indígenas têm o conhecimento da biodiversidade e do manejo das espécies. É fundamental a sociedade conhecer esse conhecimento para que a gente possa ter conexão entre práticas e costumes e possa ter sustentabilidade, não só da Amazônia e de São Paulo, mas do planeta como um todo”.

O secretário Eduardo Jorge observou que agora está emergindo uma nova cultura e não adianta “crucificar as pessoas” pelas práticas destrutivas à floresta. “Mas é possível sim o consumidor, o trabalhador, o empresário, o comerciante e o governo mudarem seus hábitos e ajudarem para que a Amazônia possa continuar tendo essa importância para o mundo inteiro. A prefeitura de São Paulo vai procurar participar deste movimento.”

De acordo com Paulo Itacarambi, do Instituto Ethos, é o momento de firmar promessas e expectativas que criem uma nova política e uma nova economia, . “Esse é o espírito desse debate, de trazer compromissos públicos, de identificar quais as promessas que estão muito vinculadas ao interesse de quem vai prometer que contribuem para uma criar uma nova realidade de interesse coletivo, de interesse público.

O seminário prossegue até o período da tarde desta quarta-feira. Inscrições podem ser feitas no local.

 

Compartilhe este artigo