Em maio, água virá do volume morto

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pretende começar a usar a água do fundo dos reservatórios do Sistema Cantareira, conhecido como volume morto, no dia 15 de maio. A decisão de iniciar o rodízio na Grande São Paulo, no entanto, ainda não tem data. Foi o que afirmou ontem o governador Geraldo Alckmin (PSDB) ao lançar as obras do Sistema São Lourenço, que vai captar água no Vale do Ribeira para abastecer a Grande São Paulo.

Segundo Alckmin, as obras para captar o volume morto, que fica fora do alcance do sistema atual de captação, estão 80% concluídas. O uso da água do fundo do reservatório foi confirmado pela presidente da Sabesp, Dilma Pena. "Diante do quadro atual, é certo que vamos precisar de uma parte dessa água", disse ela. Dilma confirmou que as obras devem ficar entre o final de abril e o início de maio, mas a operação deve começar mesmo próximo do dia 15 do mês que vem.

Sobre o rodízio, Alckmin voltou a admitir a possibilidade de rodízio, embora a decisão ainda não tenha sido tomada. "Não está decidido o rodízio, mas também não descartamos." Ao ser indagado sobre a razão de ter mudado de opinião, já que antes não havia sequer admitido a possibilidade de racionamento, ele disse que não houve essa mudança. "O discurso não mudou. O que eu falei é que nesse momento não há racionamento, mas ele não está descartado, mas isso não quer dizer que vai ter rodízio."

Gestão

Dilma Pena disse que a crise no abastecimento da região metropolitana de São Paulo não é resultado da má gestão na empresa, como suspeita o Ministério Público Estadual. Promotores do Meio Ambiente decidiram abrir inquérito para investigar se o Governo do Estado gerenciou mal os recursos hídricos do Sistema Cantareira.

"Para quem estuda, lê e se informa sabe que a Sabesp e o governo têm, sim, planejamento", disse a presidente da Sabesp, em um discurso inflamado, ao lado do governador.

"O Estado de São Paulo tem planejamento para as áreas de recursos hídricos e de saneamento. Nós vivemos este ano um evento climático crítico sem precedentes, mas todo nosso pessoal está mobilizado para assegurar o abastecimento da região metropolitana", completou Dilma.

Matéria originalmente publicada no jornal Diário do Comércio

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