Alardeada no início da gestão, medida ainda passará por estudo sobre sua necessidade
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO
A inspeção veicular para carros de fora de São Paulo, bastante alardeada no início do ano pela prefeitura, deixou de ser uma certeza dentro da administração petista.
O prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou ontem que haverá um estudo no ano que vem para verificar se a medida será realmente necessária.
"Faremos uma avaliação. Esperamos, primeiro, que as pessoas que fazem o licenciamento fora [de São Paulo] voltem", disse Haddad em evento comemorativo ao Dia Mundial do Meio Ambiente.
Pelos cálculos da prefeitura, contestado por alguns especialistas, a inspeção paulistana gerou uma evasão de IPVA nos últimos anos –muitos motoristas da capital estariam emplacando seus veículos em outras cidades.
"A frota cresceu, mas os valores arrecadados não acompanham o mesmo ritmo", disse Haddad. Pelas contas, a cidade deixará de arrecadar R$ 6 bilhões de 2013 a 2023.
Com a flexibilização na lei da inspeção, que libera carros até três anos da fiscalização e a torna bianual para veículos de quatro a nove anos, a expectativa da prefeitura é que a fuga pare. E que a evasão de tributos também.
PROJETO DE LEI
A possibilidade de carros de fora da cidade serem fiscalizados consta de projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal em março.
A ideia é flagrar, por meio de centenas de radares, os carros, de outras cidades.
E obrigar a passar pelos testes de emissão de poluentes os motoristas que frequentarem as vias da capital mais de 200 dias por ano.
