Mortes por acidentes e violência em São Paulo caem 52% em sete anos

 

Dados do Observatório Cidadão revelam que queda no número de homicídios foi maior ainda. Óbitos no trânsito, porém, tiveram ligeira alta no período

Airton Goes airton@isps.org.br

Entre os anos de 2003 e 2009, a mortalidade por causas externas – aquelas mortes provocadas por acidentes e violência – na cidade de São Paulo caiu de 8.437 para 3.995, o que representa uma redução de 52,6%. O detalhamento sobre os motivos dos óbitos revela que a queda do indicador foi provocada principalmente pela diminuição dos homicídios, que recuaram de 4.999 para 1.508. Ou seja, 69,8% no período. Por outro lado, houve uma ligeira alta, de 6,2%, nas vítimas fatais dos acidentes de trânsito, que passaram de 1.275 para 1.354 nos sete anos pesquisados.

Além de homicídios e acidentes de trânsito, o indicador mortalidade por causas externas inclui as mortes causadas por suicídio, afogamento e queda, entre outras. Nos dados, recentemente atualizados no Observatório Cidadão do portal do Movimento Nossa São Paulo, é possível obter outras informações comparativas sobre a evolução da saúde na cidade.  

No mesmo período (entre 2003 e 2009), a quantidade de óbitos provocados pelo câncer registrou aumento de 9,8%, passando de 11.786 para 12.945. Também houve crescimento da mortalidade materna – morte de mães em decorrência de problemas relacionados ao nascimento dos bebês –, de 83 para 102 (22,9% a mais).

O Observatório atualizou, ainda, os números relativos ao ano de 2009 para os indicadores de mortalidade por causas mal definidas, gravidez precoce, baixo peso ao nascer, pré-natal insuficiente e relação pré-natal insuficiente: negros x não negros. Alguns destes dados possibilitam avaliações sobre a desigualdade social existente na cidade, pois estão separados por subprefeituras.

No caso de gravidez precoce – porcentagem de nascidos vivos cujas mães tinham 19 anos ou menos –, por exemplo, os piores índices de 2009 estão localizados na periferia da cidade: Cidade Tiradentes, com 18,58% (681 casos), e Parelheiros, com 18,93% (458 casos). Já os melhores números foram registrados em Pinheiros, que teve 1,99% (60 casos), e Vila Mariana, onde o percentual foi de 3,51% (126 casos). Em toda a cidade, 12,73% dos nascimentos resultaram de gravidez precoce, o que significou 24.343 crianças.

Para atualizar os indicadores mencionados na reportagem, o Observatório Cidadão utilizou as seguintes fontes: SMS (Secretaria Municipal de Saúde), SINASC (Sistema de Informações de Nascidos Vivos), Pro-Aim (Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade no Município de São Paulo), SEMPLA (Secretaria Municipal de Planejamento), DIPRO (Departamento de Estatística e Produção de Informação).

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