“Favelas terão plano anti-incêndio” – Jornal da Tarde

 

Felipe Grandin

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) anunciou ontem medidas de prevenção de incêndios em 33 favelas de São Paulo até 2012. Entre as ações previstas estão o alargamento de ruas, retirada de “gatos” de energia elétrica, instalação de extintores e hidrantes e a criação de brigadas de combate a incêndios.

A iniciativa faz parte do Programa de Prevenção Contra Incêndios em Assentamentos Precários (Previn), que deverá abranger os 325 pontos com maior risco Os locais foram determinados por um levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros.

O assentamento Sonia Ribeiro, no Jardim Aeroporto, zona sul, será o projeto-piloto. O local é de risco por ser área invadida, com construções irregulares e ter ligações clandestinas de luz e água.

Lá, assim como nas outras comunidades, será nomeado um zelador comunitário, que irá coordenar a brigada de incêndio formada por moradores, e feito um cadastramento da população local. Além de treinar o grupo, Prefeitura, Eletropaulo e Bombeiros darão palestras e cartilhas sobre prevenção de incêndios. Veja o programa completo em http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/subprefeituras/Previn Final.pdf

A criação de um programa de prevenção de incêndios em favelas foi aprovada pela Câmara Municipal em outubro de 2009. Quase um ano depois, em setembro deste ano, Kassab criou, por decreto, a Câmara Executiva de Prevenção e Combate a Incêndios da capital, com representantes de órgãos municipais e da sociedade. De lá para cá, o grupo fez um estudo com apoio dos Bombeiros que resultou no Previn.

O programa foi uma resposta aos recorrentes incêndios em favelas da capital, cuja frequência chegou a levantar suspeitas de ter origem criminosa. Em agosto, mês com maior número de incidentes, foram 53 casos, um aumento de 35,8% em relação a 2009, segundo os Bombeiros.

Desde abril deste ano, o Ministério Público investiga um suposto esquema de incêndios forjados para amealhar recursos da Prefeitura. A suspeita é que grupos ateiem fogo em favelas propositalmente, em comum acordo com os moradores, para receber os R$ 300 mensais do auxílio-aluguel pago pela Secretaria de Habitação. ::

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