Nossa São Paulo e rede de cidades lançam plataforma nesta quarta


 

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O Movimento Nossa São Paulo e da Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis lançam nesta quarta “Plataforma Cidades Sustentáveis” – um cardápio de experiências de sustentabilidade bem-sucedidas já implantadas em municípios de várias partes do mundo. A ideia é que as práticas sirvam de referência e inspiração para gestores e candidatos às próximas eleições no planejamento de políticas públicas e programas de governo.

O cardápio está disponível em versão impressa e online, que receberá atualizações futuras de novas experiências sustentáveis que forem surgindo pelo mundo.

Além da plataforma, também está sendo lançada uma carta-compromisso aos candidatos ao governo do Estado e ao Senado Federal para uma gestão pública voltada para o desenvolvimento justo e sustentável nas cidades, a partir dos exemplos relatados na publicação e no site

Iniciativa reúne 73 experiências

A publicação impressa e o site reúnem 73 experiências de diversos países em todos continentes. As práticas estão divididas em doze eixos temáticos – Governança; Bens Naturais Comuns;, Equidade, Justiça Social e Cultura de Paz ; Gestão Local para a Sustentabilidade ; Planejamento e Desenho Urbano;  Cultura para a Sustentabilidade ; Educação para a Sustentabilidade e Qualidade de Vida; Economia Local, Dinâmica e Sustentável ;  Consumo Responsável e Opções de Estilo de Vida; Melhor Mobilidade, Menos Tráfego; Ação Local para a Saúde ; Do Local para o Global.

Os eixos foram inspirados nos compromissos lançados em 1994 na I Conferência sobre Cidades Européias Sustentáveis, na cidade dinamarquesa Aalbord, onde foi aprovado o documento base denominado de “Carta de Aalborg”. Aos dez eixos da carta, foram acrescidos outros dois, para adaptar os temas à realidade brasileira. 
Além do cardápio de experiências, a plataforma traz objetivos gerais e específicos para cada eixo, que podem contribuir para o planejamento das políticas e ações nas cidades.

No eixo Melhor Mobilidade, Menos Tráfego, por exemplo, o objetivo geral destaca a necessidade de reconhecer a “interdependência entre os transportes, a saúde, o ambiente e o direito à cidade” para que sejam promovidas as “opções de mobilidade sustentáveis”. Do objetivo geral, são listadas algumas orientações, como a necessidade de se promover um plano de mobilidade integrado, com foco no transporte coletivo e nos meios alternativos ao carro, e na redução do impacto dos transportes sobre o ambiente e a saúda da população.

Entre as experiências relatadas na área de mobilidade há destaque para o plano global desenvolvido nas cidades da região de Lion (na França), que envolve 55 municípios. O plano foi aprovado em 1997, após estudo e consulta com a sociedade, e explicita objetivos e metas em todas as áreas da mobilidade. Além disso, foi criado um observatório da mobilidade para avaliar as diferentes ações e que também estabeleceu uma rede de monitoramento da qualidade do ar.

Entre os resultados da experiência, são listados os mais de 300 km de linhas de bonde construídas nas principais cidades francesas, entre elas Lyon, que hoje tem aproximadamente 50 km; a disponibilidade de mais de 2 mil bicicletas em 173 postos na área urbana de Lyon (perto de estações de transportes públicos), 24 horas por dia e o eixo fluvial Rhone-Saone, que permite o tráfego de mercadorias através do porto de Villefranche-sur-Saone e de Porto Edward Herriot.

Outros exemplos:
Uma vila onde os moradores geram 56% menos emissões de CO2 do que a média dos cidadãos no mesmo país. Uma localidade onde os edifícios e a infraestrutura urbana consomem menos energia elétrica (45%), água (50%) e aquecimento (81%) do que as médias de outras cidades. É a ecovila BedZED – Liderando o Caminho no Desenho de Eco Bairros, situada em Londres, capital da Inglaterra.

Em Calgary, no Canadá, a comunidade e os gestores públicos estão engajados em reduzir a pegada ecológica de toda a cidade, já que em 2005 os moradores consumiam 30% mais dos recursos do que a média do país. A meta é reduzir a pegada per capta à média nacional de 7,25 hectares globais até o ano de 2036. E para os próximos cem anos foi elaborado um programa de desenvolvimento sustentável.

Em uma pequena cidade na Suécia, Växjö, em 1996, foi iniciado um rigoroso planejamento e acompanhamento de todas as emissões de CO2, no aquecimento, energia, transportes, empresas e residências. O acompanhamento continua ocorrendo para adaptar as políticas públicas de acordo com as áreas onde é preciso haver melhorias para reduzir as emissões.


Clique aqui para baixar a publicação

Veja a carta-compromisso


Acesse o site: http://www.cidadessustentaveis.org.br/

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