“Nova Luz terá mil moradias populares” – O Estado de S.Paulo

 

DIEGO ZANCHETTA – Agencia Estado

SÃO PAULO – Uma das contrapartidas exigidas pela gestão Gilberto Kassab (DEM) dos futuros concessionários da Nova Luz, no centro de São Paulo, será a construção de moradias populares para 1 mil famílias nos dois terrenos de 15 mil m² já desapropriados, nas Ruas Vitória e Aurora. Cerca de 3.500 pessoas moram na região. A diretriz deve ser incluída nas propostas que serão recebidas dos moradores e comerciantes da área até terça-feira. O projeto, a maior vitrine da segunda gestão do prefeito, será votado em segundo turno no dia 17, conforme definiu ontem a Comissão de Política Urbana, sob protestos de entidades da região e do PT.

A rapidez no trâmite do substitutivo do projeto Nova Luz enviado pelo Executivo à Câmara na semana passada e já votado em primeiro turno segue causando indignação nas associações de moradores e em entidades contrárias à concessão urbanística de bairros inteiros. ?Não se tem hoje nenhuma garantia de como vão ficar os moradores da Luz. As pessoas poderão ser desapropriadas pelos futuros concessionários, da forma como o texto está?, criticou o vereador Chico Macena (PT). As propostas de alterações no substitutivo serão definidas na terça-feira, na sede da Associação de Comerciantes da Santa Ifigênia.

Deram muito pouco tempo para a tomada de decisões tão importantes. O governo colocou a carroça na frente dos bois?, disse Paulo Garcia, que representa os comerciantes da Santa Ifigênia – apesar de uma diretriz indicar que os oito quarteirões do tradicional reduto de venda de produtos eletrônicos devem ser excluídos da desapropriação, os lojistas querem que a meta seja explicitada em um novo artigo no projeto.

O líder de governo, José Police Neto (PSDB), adiantou que uma das mudanças será a construção de moradias populares pelos futuros gestores. Sobre o comércio, o líder disse que ?o objetivo é incrementá-lo, não substituí-lo?. ?São dois terrenos desapropriados que já servirão para a construção de moradias populares. Também não existe e nunca existiu a intenção de tirar os moradores do bairro?, explicou.Ao todo, serão desapropriados 750 imóveis na região da Cracolândia, com previsão de R$ 2 bilhões de investimentos e criação de 25 mil empregos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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