“Cidadão co-participa da gestão da cidade” – O Estado de Minas

 

Apresentado na Câmara, movimento Nossa BH propõe que eleitores fiscalizem mandatos de vereadores e prefeitos


Luciana Melo – Estado de Minas 
 
Integrante do Nossa BH, Marcus Fuchs fala dos objetivos, esperando que comunidade adote a idéia

Administração pública com participação popular. Essa foi a proposta lançada, na quinta-feira, na Câmara Municipal de Belo Horizonte pelo movimento Nossa BH, uma iniciativa que reúne o apoio de mais de 400 organizações não-governamentais e conta com a colaboração de universidades, lideranças comunitárias, empresas privadas e sindicatos. A meta é acompanhar a gestão do futuro prefeito, Márcio Lacerda (PSB), e dos políticos de forma geral, cobrando o cumprimento de metas e também propondo parcerias e sugestões.

Segundo o integrante do movimento, Marcus Fuchs, representante na Região Sudeste da Fundação Avina, ONG fundada na Suíça e que apóia ações de educação ambiental em todo o mundo, o Nossa BH começou de forma tímida em julho, com a participação de oito pessoas, e cresceu durante este ano com adesão de mais de 100 integrantes em suas reuniões.

Na quinta-feira, na Câmara Municipal, havia 150 representantes de vários setores da sociedade interessados em dar continuidade às ações do Nossa BH. “O lançamento foi uma forma oficial de apresentarmos nossas idéias para o poder público e a mídia. Queremos que a sociedade tenha uma posição mais atuante na administração pública. Elegemos vereadores, prefeitos e não voltamos para saber o que eles estão fazendo. Nossa posição não é só de cobrança, mas também de aliança, parceria. O objetivo é sermos mais ativos no nosso papel de eleitores e cidadãos”, diz Marcus Fuchs.

Para identificar quais são as principais preocupações dos belo-horizontinos sobre o desenvolvimento da cidade, uma pesquisa vai ser feita, no início do ano que vem, com os moradores da capital. “Conseguimos arrecadar os recursos para contratar um instituto que vai nos ajudar a fazer essa análise. Queremos saber quais são as prioridades da população para que possamos acompanhar e interferir na gestão dos assuntos de interesse público. Temos 10 grupos formados e estamos em busca de novos indicadores. O número de temas e de integrantes pode crescer conforme a participação e interesse das pessoas”, diz a especialista em indicadores sociais municipais Maria Inês Nahas, professora e pesquisadora do Instituto do Desenvolvimento Humano Sustentável da PUC Minas.
 

Inspiração

O Nossa BH é inspirado em iniciativas que foram desenvolvidas em Bogotá, na Colômbia e São Paulo (SP). A experiência em São Paulo está em uma fase mais evoluída e obteve resultados com a aprovação de uma emenda à Lei Orgânica do Município, em fevereiro, que determina que o prefeito Gilberto Kassab deve apresentar, na sua futura gestão, um plano de metas baseado nas necessidades da população e prestar conta de suas ações, periodicamente. A expectativa do grupo em Belo Horizonte é também aprovar legislação semelhante na capital e, ontem, o grupo pediu apoio aos vereadores. “Somos apartidários, mas muito politizados”, define Marcus Fuchs. Os interessados em aderir ao Nossa BH podem participar das reuniões. Basta acompanhar a data dos encontros pelo: www.nossabh.org.br.

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