Candidatos apontam transporte coletivo como prioridade

Foto: Márcia Alves 

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Foto: Tatiana Cardeal 

Foto: Tatiana Cardeal

 

O investimento em transporte coletivo foi o tema central abordado pelos candidatos à Prefeitura de São Paulo que estiveram no encontro ocorrido no Sesc Consolação na segunda-feira (22/9), Dia Mundial Sem Carro. A mediação do encontro ficou sob a responsabilidade do gerente executivo da rádio Globo em São Paulo, Marcus Aurélio Carvalho.

Com o teatro lotado, com um público de 330 pessoas, sete dos onze candidatos foram convidados a falar por ordem de sorteio sobre as propostas para transporte público, trânsito, poluição do ar, ciclovias, apoio ao pedestre e acessibilidade para deficientes físicos. Ivan Valente (PSOL) reforçou, como vem fazendo nos eventos, que é preciso investimento maciço em “transporte público coletivo de massas” e se referiu a “metrô e trem preferencialmente”. O candidato defendeu a criação de “corredores tronco alimentadores” e uma empresa pública municipal que regulamente e controle o trânsito.

Edmilson Costa (PCB) disse que o uso hegemônico do veículo individual é irracional sob três pontos de vista: o da saúde, porque polui o ambiente, o econômico, porque é mais caro, e social, pois “quatro automóveis na rua ocupam o mesmo espaço de um ônibus, e transportam no máximo seis pessoas, enquanto que um ônibus transporta 60,70”. Defendendo que é preciso mudar a matriz de transporte na cidade, propôs implantar nos corredores de ônibus e nas grandes avenidas “a frota de veículos leve sobre trilhos, de forma que nós temos um transporte que quase não polui, de alta qualidade, digno para as pessoas, mais rápido e mais eficiente”.

O atual prefeito e candidato, Gilberto Kassab, também ressaltou que a prioridade é “transporte público de qualidade: metrô e corredores de ônibus”. No metrô pretende investir R$ 1 bilhão na próxima gestão, se eleito. Quanto aos corredores, segundo o candidato, “devem ser feitos com áreas para ultrapassagem e devem ser eliminados os cruzamentos” para dar mais agilidade ao trânsito. Como exemplo, mencionou os projetos Expresso Tiradentes e o corredor da Avenida Celso Garcia que estão em obras e terão respectivamente 32 km e 30 km, “sem um único cruzamento”. E prometeu construir dois corredores – um na Zona Sul, na região de M´Boi Mirim, e outro na Zona Norte – com as mesmas características.

Marta Suplicy (PT) também enfatizou que pretende melhorar o fluxo nos corredores de ônibus, com a construção de “baias de ultrapassagem e organização dos pontos de embarque”, além de permitir a recarga do bilhete único no próprio veículo. Entre as propostas de curto prazo, para melhorar a mobilidade em São Paulo, citou, a colocação de semáforos inteligentes e câmeras de monitoramento, a construção de novos estacionamentos em terminais e estações de metrô e o plano de transporte de mercadorias.

Renato Reichmann (PMN) reforçou que pretende implantar a tarifa reduzida nos ônibus em horários alternativos, para reduzir o uso nos períodos de pico, e investir em bicicletários nas estações de metrô. Anunciou também a proposta de construir “portos secos” para descarga de mercadorias nos locais de entrada da cidade e de faixas de transição entre pista local e expressa nas marginais.

Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a prioridade será o investimento no transporte coletivo “naquilo que cabe à prefeitura, que é ônibus”. O candidato mencionou a construção de novos terminais e o investimento em corredores de ônibus com ultrapassagem. Para melhorar a fluidez no trânsito pretende implantar semáforos inteligentes garagem subterrânea e “apoiar” o governo do Estado para ampliação do metrô. Também destacou a importância de rever a regulamentação de ocupação do solo, como o Plano Diretor Estratégico e a Lei de Uso e Ocupação do Solo para que “para levar a novas centralidades “, isto é, deslocar serviços e empregos da região central para a periferia.

Soninha Francine (PPS) concordou com Alckmin sobre a necessidade de medidas reduzir as distâncias entre o trabalho, escola e residência. Além disso, Soninha afirmou que é preciso uma mudança cultural, derrubar alguns “chavões” como, por exemplo, acreditar que as pessoas só usam o carro por falta de transporte coletivo, pois “o número de carro por habitante na região central é muito maior do que carro por habitante na periferia”. E se mostrou favorável ao pedágio urbano. “o automóvel é um uso privado do espaço publico e onera demais a cidade. O jeito é pagar por isso, pois o congestionamento sai mais caro para a cidade.”

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