Cálculo inclui gastos do sistema de saúde e perda de produtividade dos doentes
A região metropolitana de São Paulo gasta a cada ano aproximadamente R$ 2,4 bilhões com doenças e mortes causadas pela poluição atmosférica. Desse custo, 77% (R$ 1,85 bilhão) correspondem à perda de produtividade dos pacientes que sofrem de males decorrentes da má qualidade do ar. Os demais 23% (R$ 555,5 milhões) representam gastos dos sistemas de saúde público e privado com as doenças da poluição, entre as quais estão problemas cardíacos e câncer de pulmão.
As informações foram passadas ao Destak pelo professor Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da USP, responsável pelos cálculos, feitos com base em modelos da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O valor de R$ 2,4 bilhões equivale a 56% do orçamento previsto para a saúde neste ano pela prefeitura de São Paulo (R$ 4,3 bilhões) e seria suficiente para construir 15 km de metrô – 75% da extensão da linha 1/Azul.
Desproporção nas mortes
Por ano, informa Saldiva, a poluição atmosférica mata 3,5 mil pessoas na Grande São Paulo, das quais 2,5 mil moram na capital (71%). No total, a cidade possui 10,8 milhões de habitantes, o que corresponde a 55% dos 19,5 milhões de moradores da região metropolitana.
