“Cuidar e Educar” foi tema do primeiro encontro online do (Re)age SP

Na terça-feira (22), a Rede Nossa São Paulo e a Fundação Tide Setubal realizaram o primeiro webinar do programa de metas (Re)age SP sobre o eixo 2, “Cuidar e Educar”, com o intuito de refletir sobre como promover a garantia de direitos básicos, assegurar oportunidades iguais para todos e possibilitar a construção de um futuro mais resiliente.

Participaram da conversa — que foi mediada por por Igor Pantoja, da RNSP Marisa Villi, cofundadora da Rede Conhecimento Social e integrante do GT Criança e Adolescente da RNSP; Cisele Ortiz, coordenadora adjunta do Instituto Avisa Lá, integrante do GT de Educação da RNSP; Mauricio Ernica, professor da Faculdade de Educação da Unicamp e conselheiro da Fundação Tide Setubal; e o Vereador Eliseu Gabriel (PSB-SP), presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Municipal.

Igor Pantoja apresentou as 20 metas que envolvem o eixo 2 e levantou questões mais urgentes dos temas, com objetivos e indicadores como a redução da desigualdade de desempenho escolar entre diversos grupos sociais e a melhora do desempenho das escolas com piores resultados no IDEB, entre outros, relacionados à educação, assim como a gravidez precoce, mortalidade infantil e agressões contra crianças e adolescentes, relacionados ao cuidado, que envolvem outras áreas como saúde e segurança.

Marisa Villi pontuou que é muito comum pensar em educação como prioridade quando se olha para crianças e adolescentes, mas que é necessário tratá-los como um público que precisa ser atendido em diversas áreas: “A responsabilidade é de todos. Sociedade civil organizada, governos, empresas, cidadãos e cidadãs têm dever de garantir a segurança dessas crianças na cidade”.

“É necessário um olhar integral para crianças e adolescentes. Não é à toa que surgem outros temas no Plano Municipal da Primeira Infância [ação que contou com apoio da RNSP], pois estamos falando de cuidar também e em outras metas também há referências a esse público”, explica. 

Cisele Ortiz lembrou que, neste momento de pandemia, é possível enxergar como as questões relacionadas aos cuidados, saúde e educação estão relacionados quando tratamos da realidade. “A gente almeja uma cidade que possa cuidar de cada um e de todos, à medida de sua necessidade”, diz.

“Sem os planos setoriais a gente não consegue olhar para as realidades específicas”, acredita Cisele, que afirma que o núcleo familiar deve estar no centro da roda da atenção e do cuidado. “Uma mãe que tem uma escolaridade melhor consegue cuidar melhor de seus filhos”, exemplifica. “A gente percebe que a integração das políticas precisam acontecer no território, onde as famílias estão, na sua completude. E esse é o melhor caminho para debater as desigualdades”, afirma.

Mauricio Ernica falou sobre o objetivo de construir um sistema educacional mais justo. “Para fazer isso, precisamos reverter a velha tendência de reproduzir as desigualdades dentro do sistema de ensino”, diz. Avaliando a forma como o Brasil avalia o desempenho escolar, que é a partir de médias,  Ernica afirma que “essa é uma medida que não serve pra gente pensar justiça distributiva, pois ela não informa sobre a distribuição do que ela está medindo”. 

Como solução, Ernica diz que é necessário construir uma outra forma de medição “para que o nível da aprendizagem de uma população escolar seja alto”. A partir daí “é importante que diferentes grupos sociais tenham o mesmo nível de aprendizagem”.

O vereador Eliseu Gabriel destacou a importância de fundos com Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), que distribuem recursos para o desenvolvimento educacional de cidades. 

No entanto, ele observou que, além de orçamento, a cooperação entre escolas, instituições e a comunidade é necessária. “Precisamos dar condições para as crianças poderem estudar. Por isso, envolver a família deve ser um programa deliberado para esforço da prefeitura”.

Integrantes dos GT de Educação e Crianças e Adolescentes da Rede Nossa São Paulo também contribuíram com a discussão, apontando as realidades enfrentadas, sobretudo, nas escolas públicas. 

Conheça mais sobre o programa no (Re)age SP.

 

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