Gestão Haddad quer que catadores de lixo troquem carroça por bicicleta

Por ARTUR RODRIGUES e GIBA BERGAMIM JR. – Folha de S. Paulo

A prefeitura quer transformar carroças de catadores de sucata em bicicletas. A gestão Fernando Haddad (PT) prepara um projeto em parceria com uma instituição que fabrica as bikes com suporte para recicláveis.

A informação foi confirmada pelo secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, em entrevista à "TV Folha" nesta terça-feira (24). A ideia é importar um projeto de Recife, chamado Relix. A iniciativa deve ter apoio do Sesi.

Conforme a Folha mostrou em 27 de janeiro, os catadores estão ocupando as ciclovias na região central.

Porém, liberadas por decreto para patins, patinetes, cadeiras de rodas, quadriciclos e até veículos elétricos, as ciclovias não contemplam carroças porque não há regulamentação federal.

Tatto, porém, diz que elas estão liberadas para os carroceiros e que nenhum agente de trânsito irá tirá-los.

Segundo ele, o equipamento que pode substituir as carroças tem três rodas, com uma espécie de gaiola para os recicláveis.

"O ser humano não foi feito para puxar carroça. Isso é coisa para animal", disse. O secretário defende um modelo com espaço para cães, fiéis companheiros de catadores.

LICITAÇÃO DE ÔNIBUS

Na entrevista, Tatto disse que a concorrência que irá definir as empresas que irão operar os ônibus da cidade deve terminar em julho e prevê uma alteração na maneira de pagar os empresários.

Hoje, a prefeitura paga por passageiro transportado. Após a licitação, será adotado um modelo misto -pagando metade pelo passageiro e metade por estimativa do custo do serviço, cujo cálculo está sendo elaborado.

O objetivo é viabilizar linhas em regiões e horários com menor demanda, hoje mal servidas pelo transporte.

Há décadas, os mesmos empresários comandam o transporte. A prefeitura espera atrair empresas estrangeiras para a licitação.

Tatto prometeu também entregar os corredores de ônibus da avenida Luís Carlos Berrini e Ponte Baixa (na zona sul) neste ano.

Porém, o próprio prefeito já admitiu que deverá "deslizar" para a gestão seguinte iniciativas anunciadas para conclusão até o fim do mandato. Entre elas, 150 km de corredores de ônibus.

Matéria publicada originalemente pela Folha de S. Paulo.

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