Desigualdade cai, mas SP ainda tem índices de Noruega e Iraque

Cinco áreas da Subprefeitura de Pinheiros têm IDHM de primeiro mundo, enquanto 15 regiões têm números inferiores ao país oriental.

Por Felipe Resk

A desigualdade na cidade de São Paulo ainda é significativa, apesar de ter apresentado redução no período entre os anos 2000 e 2010. Enquanto o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) em alguns pontos da cidade chega a 0,965, superior ao IDH da Noruega (0,944), primeiro colocado no ranking global, outras regiões registram índice de 0,625, inferior ao do Iraque (0,642). 

De acordo com levantamento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fundação João Pinheiro, cinco regiões de São Paulo têm IDHM de 0,965, todas em áreas da Subprefeitura de Pinheiros. Uma está localizada na região do Itaim Bibi, próximo à Estação Berrini, na zona sul. As demais ficam na zona oeste: Vila Cordeiro, Jardim Paulistano e duas na Vila Madalena. 

Já a região que apresenta o pior IDHM, de 0,625, fica no Jardim Capela, nas proximidades da Escola Estadual Professora Amélia Kerr Nogueira, no extremo da zona sul da capital paulista. O local é seguido por outras 14 regiões que apresentam IDHM um pouco melhor, de 0,632. Entre elas, há duas áreas em Itaquera e outras duas em AE Carvalho, na zona leste.

Os desempenhos, que variam entre 0 (mínimo) e 1 (máximo), são calculados com base no Censo de 2010 e avaliam indicadores de saúde, renda e escolaridade em cada uma das áreas.

Em comparação ao ano 2000, a desigualdade na cidade de São Paulo apresenta atualmente uma amplitude menor, que está associada ao aumento do IDHM. Em 2000, o índice variava entre 0,479 e 0,932 (com maior concentração entre 0,586 e 0.768)  enquanto hoje está entre 0,625 e 0,965 (concentrado na faixa entre 0,692 e 0,842). 

Região Metropolitana

A diminuição da desigualdade também pode ser conferida na Grande São Paulo. O intervalo do IDHM passou de entre 0,508 e 0,909 para entre 0,633 e 0,952.
 
Atualmente, nenhum região está classificada nas faixas de IDHM Baixo ou Muito Baixo. No ano 2000, esses números eram de 29% e 0,3%, respectivamente. Além disso, 34% das cidades da Grande São Paulo se encontram na faixa de Muito Alto Desenvolvimento Humano e 40% na de Alto Desenvolvimento, ante 12%  e 25% dez anos antes.

Indicador

A educação foi o indicador com maior impacto no aumento do IDHM da Grande São Paulo, cuja importância subiu de 27%, em 2000, para 30%, em 2010. Já a renda e a longevidade registraram queda de impacto de 36% para 34% e de 37% para 36%, respectivamente.

Matéria originalmente publicada no jornal O Estado de S. Paulo

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