Candidatos poderão utilizar propostas apresentadas em evento sobre plano de metas em seus programas de governo

 

Esta é a expectativa da Rede Nossa São Paulo. Carlos Giannazi (PSOL), Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB) e Soninha Francine (PPS) comentaram balanço do programa de metas da atual gestão

Airton Goes airton@isps.org.br

Durante o evento em que foi apresentado um balanço do Programa de Metas da atual gestão municipal, ocorrido em 28/6, a Rede Nossa São Paulo – promotora da atividade – também entregou aos candidatos a prefeito um conjunto de indicadores e referências de metas para os 96 distritos de São Paulo, além de sugestões de metas elaboradas por organizações da sociedade civil de diversas regiões da cidade.

“Esperamos que esse material, que é muito rico e resultado do trabalho de muita gente, seja utilizado nos programas de governos dos candidatos”, afirmou Oded Grajew, coordenador geral da Rede, dirigindo-se a Carlos Giannazi (PSOL), Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB) e Soninha Francine (PPS) – os candidatos que participaram do evento, realizado nesta quinta-feira (28/6), no Sesc Consolação.

Entre as referências de metas para a próxima gestão, apresentadas por Maurício Broinizi, coordenador da secretaria executiva da organização, está tirar os zeros da cidade. “Ou seja, nenhum distrito da cidade sem serviços e equipamentos públicos importantes para os cidadãos.”

Entre os exemplos de equipamentos públicos que precisam ser instalados, pelo menos um, em cada distrito, Broinizi citou as bibliotecas.

Maurício também lembrou os candidatos das diretrizes aprovadas na 1ª Conferência sobre Transparência e Controle Social – Consocial, recomendando que aquelas pertinentes ao Município de São Paulo sejam implantadas pelo próximo prefeito. “Uma das diretrizes priorizadas prevê a criação do Conselho Municipal de Transparência e Controle Social”, pontuou.

Outro conselho que ele considerou fundamental para ser instalado na cidade é o de transportes. “A Secretaria Municipal de Transportes não tem nenhum canal de interlocução com a sociedade para discutir os problemas de mobilidade urbana”, constatou.  

Candidatos comentam balanço do Programa de Metas e falam de suas propostas

Em seguida, os quatro candidatos fizeram avaliações sobre os dados apresentados e relataram algumas de suas propostas para a metrópole.

Carlos Giannazi (PSOL) criticou a atual gestão da cidade, dizendo que o prefeito não cumpriu nem 40% daquilo que propôs. “Me perguntaram a nota que eu daria à administração Kassab e eu disse zero”, afirmou. Segundo ele, as metas não foram atendidas porque a atual administração não tem compromisso com as áreas sociais. “O grande compromisso desse governo é com outros setores, como o de empreiteiros.”

Quanto ao que pretende fazer, caso seja eleito, Giannazi defendeu a necessidade de um choque democrático e de participação na cidade. “Vamos fazer eleição direta para subprefeito, que deve morar na região”, exemplificou. Ele criticou o fato de as subprefeituras atualmente serem administradas por coronéis.

O candidato do PT à prefeitura, Fernando Haddad, destacou o fato de grande parte das 81 metas consideras cumpridas pela prefeitura ter pouco impacto para a população. Para ele, os corredores de ônibus e a implantação de três hospitais – metas que não foram cumpridas – têm um peso muito maior na vida das pessoas. “Não dá para colocar em pé de igualdade as metas cumpridas e as não cumpridas."

Em relação ao seu plano de governo, Haddad destacou a área de habitação e a política tributária, que terá por objetivo descentralizar o emprego no município. “Se uma empresa quiser se instalar na Cidade Tiradentes [região da periferia da zona leste] pagará menos impostos. Quanto mais distante do centro menor será o tributo”, explicou.

Soninha Francine (PPS) lembrou que se comprometeu com as metas do Programa Cidades Sustentáveis – ela e os outros três candidatos assinaram a carta compromisso da plataforma – e considerou ser possível estabelecer outras metas, entre as quais a de ampliação da arborização e a de redução do ruído da cidade. “Tem pessoas que não querem mais morar em determinas ruas por causa do barulho.”

Na opinião de Soninha, para zerar o número de moradores de rua – uma das metas sugeridas pela Rede Nossa São Paulo – é preciso mudar o sistema de albergues. “Quando você tem horários rígidos, não pode levar seu cachorro e seus pertences, como convencer o indivíduo ir para um albergue?”, questionou.

Para Gabriel Chalita (PMDB), é importante lembrar que as 223 metas da Agenda 2012 foram criadas pelo prefeito e não pela Rede Nossa São Paulo. “E o prefeito não cumpriu o que ele mesmo propôs”, argumentou. Um dos principais problemas da cidade, na avaliação de Chalita, é a mobilidade urbana. “O trabalho e os equipamentos públicos, como as unidades de saúde, têm que ficar próximos à casa do cidadão”, propôs ele.

A demora no atendimento à saúde foi outro ponto abordado pelo candidato do PMDB. Segundo Chalita, é inaceitável uma pessoa ficar três meses para saber o que tem. Ele se disse chocado com a informação de que a prefeitura iria proibir a distribuição de sopas para os moradores em situação de rua. “As pessoas não vão morar na rua porque querem”, considerou ele, antes de concluir: “São Paulo é uma cidade rica que trata de maneira completamente injusta a maior parte da população”.

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) e os candidatos José Serra (PSDB) e Celso Russomanno (PRB) também foram convidados para o evento, porém não compareceram. Paulinho da Força (PDT), que já havia confirmado presença na atividade, na última hora informou que também não poderia estar presente.

Veja o que saiu na mídia sobre o evento

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