Seminário visa firmar pactos públicos para preservar Amazônia

 

Foto: Tatiana Cardeal
Foto: Tatiana Cardeal

 

Das emissões de gases brasileiras que contribuem para o efeito estufa, 75% resultam do desmatamento da Amazônia e da mudança do uso do solo na região. No mês de agosto, o desmatamento da floresta mais que dobrou em relação ao anterior, somando 756 km2 (o equivalente à metade da área da cidade de São Paulo), conforme informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A cota de responsabilidade de São Paulo na destruição da mata é enorme, já que a cidade é o maior centro consumidor e distribuidor de produtos da Amazônia. Ao mesmo tempo, a capital paulista se beneficia dos recursos da floresta, que é responsável por 70% do índice de chuvas na cidade nas estações mais úmidas.

“Se conseguimos demonstrar que os hábitos de consumo de São Paulo são devastadores para a Amazônia, teremos feito algo importante para chamar a atenção” da sociedade e dos setores envolvidos, afirmou o presidente do Instituto Ethos, Ricardo Young em coletiva à imprensa sobre o seminário “Conexões Sustentáveis: São Paulo – Amazônia”, que será realizado nos dias 14 e 15 de outubro. “A nova economia da sustentabilidade está abrindo campo para uma nova política da sustentabilidade”, pautada pelo interesse público, afirmou Paulo Itacarambi, do Ethos. O instituto é uma das entidades parceiras dos dois organizadores do evento: o Movimento Nossa São Paulo e o Fórum Amazônia Sustentável.

Na entrevista à imprensa, Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental, informou que as atividades econômicas que provocam o desmatamento “atuam conjuntamente no território” da floresta, como a exploração madeireira, a pecuária, a agricultura de larga escala (algodão e soja), o carvão e implantação de infra-estrutura, como construção de estradas . “Mas, no geral, a ocupação da terra pública disponível é o principal vetor [de desmatamento]”, observou Adriana.

Veja apresentação sobre a Amazônia preparada pelo ISA

A maior parte das informações disponíveis sobre consumo de produtos da Amazônia se referem à madeira. Para rastrear como ocorre a exploração e a distribuição por cadeias produtivas, principalmente em São Paulo, os organizadores do evento encomendaram a jornalistas um estudo que será divulgado no primeiro dia do seminário.

Além da apresentação do estudo, das práticas que estão destruindo a preservação da biodiversidade na região, e de exposições sobre a interdependência entre São Paulo e a Amazônia, o seminário visa obter dos setores público e privado compromissos com produção, uso, distribuição, comercialização e consumo sustentáveis. Serão feitos pactos referentes às cadeias produtivas de soja, madeira, carne, siderurgia e setor financeiro.

“Esse evento não é um simples seminário, é basicamente político. Queremos que a partir deste evento haja mudanças [em relação ao desmatamento]”, afirmou Oded Grajew, do Movimento Nossa São Paulo. Grajew acrescentou que os organizadores esperam gerar “exemplaridade” para outras cidades. Gostaríamos de ver um seminário Rio-Amazônia, Nova York-Amazônia, Paris-Amazônia.”

As inscrições para o seminário são gratuitas e as vagas limitadas. Informações pelo telefone: 3897-2422. Para fazer sua inscrição, clique aqui

Veja a programação

Serviço:
Seminário Conexões Sustentáveis: São Paulo – Amazônia
Data: 14 e 15 de outubro de 2008
Local: Auditório do Espaço Promon – Avenida Juscelino Kubitschek,1830, Vila Nova Conceição

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