Pesquisa sobre Saúde e Educação em São Paulo é lançada

“Viver em São Paulo: Saúde e Educação” traz dados sobre a percepção da população paulistana acerca dos impactos da pandemia nas duas áreas, entre outras questões

A Rede Nossa São Paulo, em parceria com o IPEC – Inteligência em Pesquisa e Consultoria, empresa originada do IBOPE Inteligência, lança hoje, dia 25 de maio, a pesquisa Viver em São Paulo: Saúde e Educação. O levantamento tem formato inédito e mostra a percepção da população paulistana acerca dos impactos da pandemia nas duas áreas, entre outras questões.

Confira abaixo alguns destaques.

Saúde

Percepções gerais e posse de plano de saúde

A pesquisa revela que os principais desafios enfrentados por quem utiliza os serviços públicos são a demora para conseguir consulta com especialistas, apontado por 65%; demora para atendimento em postos, centro de saúde ou hospitais, mencionado por 48%; e a superlotação dos serviços, citado por 43%.

Já em relação às principais qualidades dos serviços de saúde públicos, 53% afirmam ser a oferta de serviço de saúde gratuito; 47% mencionam o atendimento para todas as pessoas, independentemente da nacionalidade ou condição social; 45% a distribuição gratuita de medicamentos; 41% a oferta gratuita de vacinas; e 36% a oferta de atendimento integral, desde a prevenção até o tratamento de doenças graves.

No entanto, em relação às principais vantagens de ter um plano de saúde privado, 57% afirmam ser a maior rapidez em realizar uma consulta ou um exame; e 38% a certeza de ser atendido na hora que precisar.

Atualmente, cerca de 70% da população paulistana não possui plano de saúde.

Utilização de serviços, desconsiderando atendimentos relacionados à Covid-19

Nos últimos 12 meses, 25% da população usou somente o sistema público de saúde e 33% usou mais o sistema público do que serviço de convênio ou particular. Já 19% usou mais ou sistema privado do que o SUS e 8% usou somente o sistema particular.

Cinco serviços utilizados no último ano apresentaram queda: distribuição de medicamentos foi de 67% a 55%; atendimento ambulatorial foi de 66% para 54%; consultas com especialistas foi de 53% para 42%; atendimento de emergência foi de 36% para 27%; e internação e intervenções cirúrgicas foi de 23% para 16%.

Porém, apesar do recuo, distribuição gratuita de medicamentos e atendimento ambulatorial seguem como os serviços mais demandados.

Ainda desconsiderando atendimentos relacionados à Covid-19, os serviços privados foram demandados em proporção semelhante, com exceção do atendimento ambulatorial (demandado por 40%, entre os 60% que usaram serviço privado de saúde nos últimos 12 meses), 37% demandaram consultas com especialistas e 31% serviços odontológicos.

Pessoas que não têm plano de saúde recorreram, principalmente, aos serviços particulares de atendimento ambulatorial (33%), de consulta com especialistas (24%) e serviços odontológicos (28%).

Saúde durante a pandemia

A pesquisa mostra que 67% da população paulistana desenvolveu pelo menos um dos sintomas listados durante a pandemia. Os mais apontados são: alterações no sono (50%); mudanças repentinas de humor e/ou irritabilidade (44%); angústia e/ou medo (43%;) alteração alimentar (37%); sinais ou sintomas de ansiedade (33%); e tristeza ou choro fácil (31%).

A pandemia impactou maior proporção de mulheres (76%) na comparação com homens (57%). Entre as mulheres, 58% tiveram alterações no sono (homens: 41%); 54% tiveram mudanças repentinas de humor e/ou irritabilidade (homens: 32%); 50% angústia e/ou medo (homens: 34%); 43% alteração alimentar (homens: 30%); 41% tristeza ou choro fácil (homens: 19%); 39% sinais ou sintomas de ansiedade (homens: 25%).

Enquanto 34% declaram que pelo menos uma pessoa do domicílio utilizou serviços públicos de saúde para atendimentos relacionados à Covid-19 nos últimos 12 meses, 26% declaram que pelo menos uma pessoa do domicílio utilizou serviços privados de saúde para atendimentos relacionados à Covid-19 nos últimos 12 meses.

Ademais, 23% declaram que ao menos uma pessoa do domicílio foi diagnosticada com a Covid- 19 nos últimos 12 meses.

Para a população paulistana, as principais ações que deveriam ser realizadas pelo poder público para melhorar o processo de vacinação na cidade de São Paulo são: adotar um modelo de agendamento para evitar filas e aglomerações (42%); disponibilizar agentes comunitários de saúde para irem até a população, evitando filas e aglomerações (40%;)  aumentar as campanhas de conscientização sobre a importância da vacina (38%);  melhorar o acesso aos postos de vacinação (36%); combater as fake News (33%;) e melhorar a divulgação do calendário de vacinação (31%).

As pessoas entrevistadas apontam que deveriam ser priorizadas na campanha de vacinação contra a Covid-10, “além das pessoas idosas) as pessoas que precisam trabalhar fora e casa e se deslocam de transporte público (59%); pessoas com doenças crônicas (44%;) pessoas que trabalham em serviços como comércio, supermercado, restaurante, etc (39%;) professores de escolas públicas (36%); pessoas que moram em bairros com maior número de mortes pela Covid-19 (28%); e pessoas de baixa renda e trabalho informal (24%).

Educação

A pesquisa mostra que 34% da população paulistana têm criança ou adolescente de 0 a 18 anos matriculado em creche ou escola, sendo 28% em creche ou escola pública e 3% em creche ou escola particular.

No contexto da pandemia, 22% concordam que o acompanhamento das aulas remotas por parte de estudantes e professoras(es) foi adequado, 46% acham que foi parcialmente adequado e 24% consideram que não foi adequado.

As principais dificuldades apontadas por mães, pais e responsáveis, em relação ao ensino remoto são a falta de internet adequada ou a velocidade da internet insuficiente, mencionada por 45% das pessoas; a dificuldade em manter as(os) filhas(os) concentradas(os) e interessadas(os) durante as aulas, sendo mencionada por 39%; e a falta de equipamentos adequados, citada por 32%.

O impacto das aulas remotas na educação, entre mães, pais e responsáveis é nítido: 81% concordam totalmente ou em parte que estudantes tiveram dificuldade emocionais/ psicológicas durante o período de isolamento social; 79% concordam totalmente ou em parte que estudantes tiveram dificuldades com infraestrutura/ espaço; 76% concordam totalmente ou em parte que estudantes tiveram dificuldade para acessar as aulas transmitidas pela internet; 69% concordam totalmente ou em parte que estudantes tiveram dificuldades com o uso de equipamentos; 68% concordam totalmente ou em parte que estudantes tiveram dificuldades para acessar as aulas transmitidas pela TV ou rádio; 62% concordam totalmente ou em parte que os materiais didáticos e a metodologia do ensino remoto foram adequadas.

Já para alunas e alunos, o aumento da desigualdade (52%), piora no aprendizado (48%) e evasão escolar (39%) são os principais impactos da pandemia. Enquanto para profissionais da educação os principais impactos apontados são: maior desinteresse de estudantes durante a aula (45%); demissões (35%;) adoecimento/ problemas de saúde (34%); redução de salários (34%;) aumento de cobranças/ pressões (33%;) desvalorização do trabalho (31%;) e aumento de jornada de trabalho (23%).

A pesquisa mostra, ainda, que 21% declaram que alguma criança ou adolescente pelo qual é responsável desistiu ou abandonou as aulas por causa da pandemia. Dificuldade de acesso às aulas (57%), falta de equipamentos necessários (38%); e a falta de concentração (34%) são os três principais motivos da desistência ou abandono.

Em relação às medidas adotadas para combater o impacto da pandemia na educação, 64% consideram que o fechamento das escolas foi uma medida adequada e 26% consideram que não foi adequada; 56% consideram que as aulas remotas foi uma medida adequada e 34% consideram que não foi adequada. Ainda, a maioria (59%) considera inadequada a retomada das aulas presenciais nas creches e escolas e 33% consideram adequada.

Sobre a retomada das aulas presenciais, 86% concordam total ou parcialmente que o risco de contágio ainda é muito alto; 84% concordam total ou parcialmente que as dificuldades de conexão com a internet impossibilitam o acompanhamento adequado das aulas; 81% concordam total ou parcialmente que as escolas não têm estrutura para garantir que as crianças e profissionais da educação não sejam contaminadas(os) durante as aulas presenciais; 77% concordam total ou parcialmente que aulas remotas têm qualidade muito inferior; e 66% concordam total ou parcialmente que estudantes em casa dificultam o trabalho de mães e pais

Para a população paulistana, os grupos de alunas e alunos que deveriam ser priorizados na retomada das aulas presenciais são estudantes que tiveram maiores dificuldade de acessar as aulas remotas (42%); estudantes que mães e pais trabalham fora (36%); e estudantes com maiores vulnerabilidades socioeconômicas (32%).

Confira a apresentação detalhada da pesquisa

Confira as tabelas completas da pesquisa

Metodologia

A pesquisa foi realizada entre os dias 12 e 29 de abril de 2021. Foram 800 entrevistas com pessoas maiores de 16 anos que moram na cidade de São Paulo. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

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