“Cortar verbas da assistência social é escolher administrativa e politicamente sobre a morte de alguns”

O assistente social e pesquisador, Rodrigo Diniz, participou de debate durante o evento “Viver em São Paulo: Assistência Social”

No dia 16 de julho, foram apresentados os resultados da pesquisa “Viver em São Paulo: Assistência Social”, em evento no Sesc Carmo.

O encontro contou com debate entre Lilian Breschigliaro, cientista social e mestre em Psicologia Social pela PUC-SP, membro da Rede de Pesquisa sobre Drogas (PUC/USP), e Rodrigo Diniz, assistente social, doutorando em Serviço Social pela PUC-SP e Pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Cidades e Territórios da PUC-SP. O público pode assistir ainda à apresentação do grupo de teatro “O Buraco d’Oráculo”.

A pesquisa mostra que a maioria das paulistanas e paulistanos consideram que “medidas socioeducativas são a melhor alternativa para as crianças e adolescentes que desrespeitaram as leis” – 41% concordam totalmente e 31% concordam em parte. Para Lilian, este dado pode indicar uma tendência a um pensamento mais punitivista. Além disso, a cientista social ressalta a existência de uma política higienista que se agrava a partir de 2017, na cidade de São Paulo.

Já Rodrigo identifica, atualmente, um “denso posicionamento higienista, que está conectado com a sociedade brasileira”. Para ele, além de haver um “desejo de não encarar um mal-estar na sociedade”, existe um “deslocamento da noção de mediação da política pública de direito para um estado de controle”.

Durante o debate, o corte de verbas na área de assistência social foi muito criticado – corroborando os números revelados na pesquisa: 52% discordam totalmente e 21% discordam em parte. O pesquisador enfatizou a gravidade de cortes em áreas como a assistência social, “estamos falando de um corte que atravessa a vida, cortar verbas é escolher administrativa e politicamente sobre a morte de alguns”, afirmou.

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Apresentação resumida da pesquisa

Pesquisa completa

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