Paulistano avalia que transporte público piorou na cidade

Essa é uma das principais conclusões da pesquisa divulgada nesta quarta-feira (20/9), em entrevista coletiva, pela Rede Nossa São Paulo, projeto Cidade dos Sonhos e Ibope Inteligência

Por Airton Goes, da Rede Nossa São Paulo

Os resultados da Pesquisa de Mobilidade Urbana 2017, divulgados nesta quarta-feira (20/9) pela Rede Nossa São Paulo e projeto Cidade dos Sonhos, mostram que a maioria dos paulistanos está insatisfeita com a qualidade do transporte público e com outros pontos relacionados a sua locomoção. 

As notas atribuídas pelos pesquisados para os diversos itens relacionados ao tema foram todas abaixo da média – que é de 5,5, em uma escala de 1 a 10 – e são as menores da série histórica do levantamento, iniciado há dez anos. Para o item “transporte público de uma maneira geral”, que inclui ônibus e metrô, os paulistanos deram nota 3,8. Em 2016, o indicador registrou 5,1. 

O item “controle da poluição do ar” recebeu uma das avaliações mais baixas: 2,8. No ano anterior a nota tinha ficado em 3,5. Além disso, a pesquisa revela que há uma percepção de piora no “tempo de espera pelos ônibus nos pontos ou terminais” e no “tempo de duração da viagem”.

A Pesquisa de Mobilidade Urbana de 2017 foi promovida pela Rede Nossa Paulo e o projeto Cidade dos Sonhos, em parceria com o Ibope Inteligência. 

O levantamento foi realizado entre os dias 27 de agosto e 11 de setembro com 1.603 moradores da cidade de São Paulo com 16 anos ou mais. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

“A maioria [dos paulistanos] avalia negativamente todos os aspectos relacionados aos ônibus municipais”, explicou Marcia Cavallari, CEO do Ibope Inteligência, ao apresentar os dados da pesquisa na entrevista coletiva. Segundo ela, é possível perceber, em qualquer levantamento realizado atualmente, que a população está mais crítica e cobrando mais resultados do poder público. 

Confira aqui a apresentação da Pesquisa de Mobilidade Urbana 2017

Tabelas da pesquisa completa

Para o coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, Jorge Abrahão, os resultados do levantamento são um alerta. “Sabemos que é muito difícil resolver o problema de uma cidade de uma hora para outra, mas o que gente percebe na pesquisa é que há uma descontinuidade do que vinha ocorrendo nos últimos anos.”

Em sua avaliação, há um desejo expresso pelos paulistanos de que é preciso melhorar o transporte coletivo.

Abrahão destaca o fato de 52% dos entrevistados afirmarem que, em função do preço da passagem, deixam de visitar amigos e familiares e de ir a parques, cinemas e outras atividades de lazer. “O direito de ir e vir é um direito previsto na Constituição, e percebemos que há alguns impedimentos para que isso se concretize.”

Ele também chama a atenção para outro dado do levantamento: 61% dos paulistanos desaprovam a concessão do Bilhete Único à iniciativa privada; 31% aprovam; e 9% não souberam ou não responderam. 

“Estamos num debate na cidade sobre a privatização de diversos equipamentos e serviços. Aqui [na pesquisa] há uma sinalização sobre um deles: o bilhete único”, ponderou o coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, lembrando dos projetos da Prefeitura, de concessões e privatizações, que estão em debate na Câmara Municipal. 

Na opinião de Flavio Siqueira, representante do projeto Cidade dos Sonhos, os resultados mostram que, para a maioria dos paulistanos, o serviço do transporte público é ruim e caro. “É inaceitável que as pessoas deixem de realizar alguma atividade em função ao preço da passagem”, argumentou. 

Ele relacionou um dos resultados do levantamento – 59% dos pesquisados declararam haver problemas de saúde em seu domicílio relacionados com a poluição do ar na cidade – com o projeto de lei que muda a matriz energética da frota de ônibus do município, em discussão no Legislativo Paulistano, e o edital de licitação dos ônibus a ser lançado pela Prefeitura de São Paulo. 

“Essa é uma oportunidade para a população discutir a qualidade do transporte e, para isso, é preciso que haja possibilidade de participação da sociedade”, defendeu Siqueira. 

Leia também: Rede Nossa São Paulo e Cidade dos Sonhos lançam 11ª edição da Pesquisa de Mobilidade Urbana

Repercussão na Mídia

Para 62% da população, assédio sexual é o maior problema dos ônibus em SP (UOL)

Pesquisa mostra que paulistanos estão insatisfeitos com o transporte público (SPTV)

Tarifa de ônibus impede metade dos paulistanos de ver amigos ou passear (Rede Brasil Atual) 

Paulistano aponta piora no trânsito e no transporte em 2017, diz pesquisa (G1)

Tarifa de ônibus impede metade dos paulistanos de visitar amigos, diz pesquisa (Estadão)

Pesquisa revela insatisfação com transporte público (Diário de S. Paulo)

Maioria é contra privatização e fim de cobrador nos ônibus (DCI)

Avaliação do transporte em SP piorou sob Doria, diz Ibope (Valor Econômico)

Satisfação com a mobilidade em SP tem piora generalizada (Exame)

Tarifa de ônibus impede metade dos paulistanos de visitar amigos, diz pesquisa (Época Negócios)

Tarifa de transporte público em SP dificulta acesso à saúde, educação e ao lazer (Isto É)

Tarifa de ônibus impede metade dos paulistanos de visitar amigos, diz pesquisa (UOL)

Tarifa de ônibus impede metade dos paulistanos de visitar amigos, diz pesquisa (Diário do Grande ABC)

Tarifa de transporte público em SP dificulta acesso à saúde, educação e ao lazer (Jornal do Brasil)

Paulistano desaprova concessão do bilhete único e fim de cobradores (O Globo)

Paulistano aponta piora no trânsito e no transporte em 2017, diz pesquisa (G1)

Avaliação do paulistano sobre trânsito e transporte piora em 2017 (portal Catraca Livre)

Por que os paulistanos consideram que tem piorado o transporte por ônibus? (Blog da Raquel Rolnik)

61% são contra privatizar bilhete (Destak)

Maioria da população é contra privatização do Bilhete Único e retirada dos cobradores, diz pesquisa (Diário do Transporte)

Tarifa de transporte público em SP dificulta acesso à saúde, educação e ao lazer (Agência Brasil)

Tarifa de transporte público em SP dificulta acesso à saúde, educação e ao lazer (Jovem Pan) 

Tarifa de ônibus impede metade dos paulistanos de ver amigos ou passear (Brasil de Fato)

Assédio sexual é mais grave que superlotação, diz pesquisa (Veja São Paulo)

Para paulistanos, opções de mobilidade urbana pioraram em 2017 (Portal Aprendiz)

Morador sente piora na mobilidade de SP em 2017 (Gazeta de S. Paulo)

Paulistano vê piora no trânsito e no transporte público (Jornal da USP)

22 de setembro, Dia Mundial sem Carro! (Revista Prefeitos e Gestões)

CCJ vai analisar proposta que criminaliza assédio em transporte público (Portal ABC do ABC)

Pesquisa mostra que usuários de ônibus em São Paulo condenam a falta de segurança com relação a assédio sexual (Portal Splish Splash)

Segurança com relação a assédio é o pior item avaliado nos ônibus (Diário de S. Paulo)

Nossa São Paulo e Cidade dos Sonhos lançam 11ª edição da Pesquisa de Mobilidade Urbana (Via Trolebus)

Assédio é problema mais grave que superlotação e demora de ônibus, aponta pesquisa (Portal G1) 

Pesquisa da Rede Nossa São Paulo revela que assédio sexual é o principal problema dos ônibus na Capital (Diário do Transporte)

Assédio sexual em ônibus em SP supera problemas como superlotação e demora, diz pesquisa (Globo News)

Segurança nos ônibus é mal avaliada por usuários (DCI) 

Assédio é o principal problema dos ônibus em SP, aponta pesquisa (Yahoo Finanças) 

Assédio sexual é principal problema no transporte (Destak Jornal)

Falta de segurança em relação a assédio cresce na periferia de SP (Catraca Livre)

Veja abaixo outras imagens da coletiva à imprensa em que os resultados da Pesquisa de Mobilidade Urbana foram apreseentados (fotos de Paulo Pereira):

 

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