Rede Nossa São Paulo é parceira na Aliança pela Água

Por Luana Copini, da Rede Nossa São Paulo

Diante da crise hídrica que o estado de São Paulo vem passando nos últimos meses, organizações da sociedade civil, incluindo a Rede Nossa São Paulo, lançaram ontem (29/10) uma coalizão para enfrentar a falta d´água. Por meio da coordenação de diferentes iniciativas já em curso e da potencialização da capacidade da sociedade de debater e executar novas medidas, o grupo têm ideias que vão desde o consumo sustentável até a gestão pública de recursos hídricos.

A Aliança pela Água foi formada por mais de 30 organizações que trabalham em parceria, e está aberta a mais adesões. Foram formuladas metas a curto e longo prazo, como, por exemplo, chegar a abril de 2015 em situação segura para enfrentar mais um período de estiagem, além de implantar um novo modelo de gestão da água que garanta um futuro seguro e sustentável para os moradores de São Paulo (estabilidade social, econômica e ambiental).

Durante o evento foi apresentado o estudo Água@SP, que ouviu mais de 280 especialistas de 60 municípios. Eles indicaram 196 ações de curto prazo e 191 de longo prazo, além de 300 iniciativas que podem colaborar com a gestão da água, tanto pelo poder público quanto pelos consumidores. É este estudo que irá nortear o trabalho das organizações para que as metas sejam alcançadas.

Clique aqui e faça download do estudo ou acesse o portal Água@SP

Assista ao vídeo sobre a participação do GT Meio Ambiente da Rede Nossa São Paulo na Aliança pela Água.

De acordo com a especialista em gestão de recursos hídricos Marussia Whately, do Instituto Socioambiental, a crise se deve a uma série de fatores acumulados e a falta de ação dos seus responsáveis. “Obviamente que a falta de chuvas também interfere, mas é um fator que deve ser previsto na gestão. São muitos os responsáveis pela crise, como por exemplo, a ANA e o MMA, que são responsáveis pelos estudos dos recursos, os quais são estão atualizados, o DAEE pela outorga e monitoramento, a ARSESP por regular o serviço, o Governo do Estado, a Sabesp, a Cetesp, as prefeituras, os comitês, os colegiados e a sociedade civil”.

Ainda de acordo com Marussia, as ações previstas no estudo compõe uma Agenda Mínima, que fará com que as Organizações se unam e trabalhem para informar, mobilizar e garantir o cumprimento das metas. “Temos 8 grupos já formados por iniciativas semelhantes, e precisamos trabalhar com o engajamento e a responsabilização. Vamos mobilizar a sociedade com diferentes propostas, vamos criar uma rede de iniciativas pela água”.

Acrescenta ainda que “devemos continuar permanentemente com ações para a gestão da demanda e não da oferta; olhar para a gestão climática também como uma ação de planejamento na gestão da água; e por fim, alcançar segmentos que ainda não se sensibilizaram, pois até agora, quem aderiu às campanhas são aqueles que consomem menos”.

O estudo apresenta, de maneira dinâmica, as maiores preocupações com relação á água, as ações que podem ser viabilizadas e as relações que as pessoas fazem com o cotidiano e com diferentes áreas, como por exemplo, a saúde, a segurança e o desenvolvimento. Rodrigo Bandeira, do Instituto Cidade Democrática, é responsável pela elaboração do estudo, e mostra como os resultados estão conectados, independente da cidade ou local de atuação de quem respondeu aos questionamentos.

Para Mauro Scarpinatti, da Rede de Mananciais, “nós como sociedade civil temos uma função política de exigir das autoridades soluções. Está acontecendo a revisão da Lei de Zoneamento: uso e ocupação do solo, e por isso temos q abrir um dialogo com 2 segmentos:  a população q foi forçada a ocupar as áreas de mananciais devido à fatores que já conhecemos, como por exemplo, a higienização e o mercado imobiliário, e os movimentos de luta por moradia. Além disso outro diálogo importante é com os novos coletivos que estão surgindo, estes novos sujeitos sociais”.

No mesmo raciocínio, Renato Tagnin, do Coletivo Curupira, alerta para um problema estrutural: “O mercado é quem rege a cena do planeta, não estamos ensinando o governo, eles já sabem o que fazer, tem várias políticas que não aparecem na cena, mas que estão regendo, por exemplo, a política de incentivos fiscais que atende os grandes produtores e consumidores”.

E não foram apenas ONG’s que aderiram ao compromisso. Denise Baena, do programa de educação para sustentabilidade, do SESC, garante que a união de todos os movimentos e segmentos da sociedade também faz com que estas ações sejam executadas: “No SESC criamos uma comissão que está pensando em alternativas para o publico interno e externo com relação à crise da água, além disso, abrimos espaço para mobilizações e diferentes eventos de discussão a respeito to tema. Estamos dispostos a colaborar com a Aliança, tanto com ideias como em ações”.

Clique aqui e assista a gravação integral do evento

Conheça algumas das iniciativas apresentadas:

Série documental audiovisual Volume Vivo

De onde vem a água que eu bebo?

Cisterna Já

Sabesp, quando vai faltar água na minha casa?

Não chove, não lavo!

Fazenda Serrinha

Confira a repercussão na mídia:

PROTESTE faz parte da Aliança pela Água, lançada em SP para sugerir ações diante da escassez de água

ONGs formam aliança e propõem soluções para a crise da água em São Paulo

ONGs se unem e propõem soluções para crise da água em SP

ONGs formam aliança e propõem soluções para a crise da água em SP

Campanha #águapedeágua mobiliza sociedade para consumo consciente de água

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