O que os presidenciáveis propõem (e o que não propõem) para enfrentar as mudanças climáticas

Relatório elaborado pela Agenda Brasil Sustentável tem como base os programas de governo dos candidatos.

Apontado pela ONU, a Organização das Nações Unidas, como um dos maiores desafios da humanidade para os próximos anos, as mudanças climáticas exigem ações efetivas rumo à adoção de políticas públicas que reduzam as emissões dos chamados gases de efeito estufa, os GEEs, busquem adaptações para os efeitos que já se manifestam e promovam investimentos na transição para uma economia de baixo carbono.

Essas devem ser as principais ênfases do encontro anual convocado pelo secretário geral da ONU, que começa nesta terça-feira, 23, em New York, com o objetivo de aumentar a ambição e o compromisso dos países com o combate às mudanças climáticas.

Para a Agenda Brasil Sustentável qualquer governante que seja eleito precisará assumir uma posição pró-ativa no enfrentamento dos problemas climáticos e implementar, com a máxima urgência, a Política Nacional de Mudanças Climáticas.

É com essa visão que as organizações integrantes da Agenda buscam fomentar as discussões e a participação da sociedade civil na análise e avaliação das propostas dos candidatos à Presidência da República.

Nesse sentido, a Agenda Brasil Sustentável elaborou um estudo sobre os que os presidenciáveis propõem (e o que não propõem) para enfrentar as mudanças climáticas. O documento tem como base os programas de governos apresentados até o momento.

Para Carlos Rittl, secretário executivo do Observatório do Clima e autor do levantamento relacionado a políticas com incidência em mudanças climáticas, “o interesse da sociedade civil que se organiza em torno deste tema é o de poder propor, colaborar e avaliar o próximo governo no que diz respeito a uma visão compartilhada de desenvolvimento de longo prazo, que leve o Brasil a um caminho que nos permita lidar com nossas vulnerabilidades, com os riscos impostos e com as oportunidades oferecidas pela necessidade de enfrentamento das mudanças climáticas de forma estratégica”.

Glaucia Barros, diretora da Fundación Avina no Brasil e uma das articuladoras da Agenda Brasil Sustentável, reconhece que a maioria dos candidatos buscou considerar temas como desmatamento, agricultura de baixo carbono, energias renováveis e redução de emissões em seus programas. Isso mostra a crescente importância desta agenda no campo político-programático. “No entanto, ainda é bastante genérica a informação disponibilizada por meio dos programas apresentados nas campanhas eleitorais, o que dificulta uma análise mais profunda, pela sociedade, das diferentes proposições e o consequente monitoramento das metas a serem cumpridas no próximo mandato presidencial”, critica.

Sobre a Agenda Brasil Sustentável

A Agenda é um conjunto de princípios e compromissos, condensados em sete eixos estratégicos, que tem por objetivo o comprometimento dos candidatos aos cargos executivos (estaduais e federal) com o desenvolvimento sustentável do país, por meio de propostas concretas.

Busca também articular as políticas públicas nacionais com aquelas que definirão os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

A plataforma não concorre e nem substitui iniciativas de organizações, inclusive as que a compõem. Ao contrário, quer fazer sinergia com elas antes, durante e após o período eleitoral, na proposição e no monitoramento dos programas apresentados pelos candidatos.

Texto divulgado pela Agenda Brasil Sustentável.

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