Haddad descarta reajuste de tarifa neste ano em São Paulo

Por CÉSAR ROSATI e ANDRÉ MONTEIRO, da Folha de S.Paulo

 

O prefeito Fernando Haddad (PT) descartou ontem a possibilidade de elevar o preço da passagem de ônibus em São Paulo neste ano.

 

No Rio, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) decidiu elevar a tarifa em fevereiro e já enfrenta protestos.

 

Questionado sobre quando a passagem subiria em São Paulo, Haddad disse ontem apenas que "esse ano não".

Com a manutenção da tarifa em R$ 3 até o fim do ano, o preço cobrado do passageiro completará quatro anos no mesmo patamar.

 

Se fosse corrigido pela inflação oficial desde o último aumento, em janeiro de 2011, ele estaria hoje em R$ 3,58.

 

Em sua proposta de Orçamento para este ano, Haddad previa manter o preço congelado. Com isso, o subsídio ao sistema deverá chegar ao valor recorde de R$ 1,6 bilhão. Em 2013, foi cerca de R$ 1 bi.

 

O subsídio é desembolsado pela prefeitura pois a arrecadação não é suficiente para cobrir todos os custos.

Ao elaborar o Orçamento, porém, Haddad contava com uma arrecadação maior devido ao aumento do IPTU, que foi barrado na Justiça.

 

Além de ter que reequilibrar as contas com a arrecadação menor, a prefeitura tem que lidar com outras pressões.

As empresas de ônibus dizem que operam no limite e que o dinheiro repassado pela prefeitura é insuficiente para aumentar a qualidade.

 

As empresas recebem uma tarifa por passageiro definida em contrato. Ela é reajustada periodicamente, independentemente da passagem cobrada dos usuários.

 

Em maio é a data-base para o reajuste salarial dos motoristas e cobradores. Eventual aumento nos salários irá impactar as contas das empresas e, por consequência, aumentar o custo do sistema.

 

METRÔ E TRENS

 

O reajuste da tarifa do metrô e dos trens ainda não foi definido pelo Estado. Procurada pela Folha, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos não respondeu até a conclusão desta edição.

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