“Município austríaco usa energia renovável e diminui 95% das emissões de CO2” – EcoDesenvolvimento

 

Já imaginou se sua cidade reduzisse a emisão de CO2 (dióxido de carbono) e, além de contribuir com o meio ambiente e com um ar mais limpo, também tivesse excedente de energia para vender, aumentando a receita do município?

Foi o que aconteceu em Güssing, na Áustria. O povoado, até então com 4 mil habitantes, estava com o orçamento no vermelho e enfrentava problemas como o desemprego e a fuga de jovens para cidades com mais perspectivas.

A cidade, localizada a 130 quilômetros de Viena, iniciou uma política radical. A virada se iniciou em 1995, quando a prefeitura impôs que os edifícios públicos deveriam abandonar o uso de combustíveis fósseis. A partir daí, cerca de 50 companhias de energia se instalaram no local e, além de luz, calor e combustível, geraram empregos e fonte de renda.

A partir de serragem, milho, óleo de cozinha e da luz do sol, o local passou a ser referência em sustentabilidade e energia verde na Europa. De lá para cá, a emissão do CO2 foi reduzida em 95%, tornando-se a primeira comunidade europeia a atingir a marca.

Os benefícios não se restringiram ao meio-ambiente e geração de empregos. Os procedimentos de captação de energia atraíram cientistas, políticos e turistas ambientais para a região.

Na vanguarda da sustentabilidade ambiental, Güssing, que antes dependia da agricultura, atualmente comercializa a produção de energia excedente (cerca de 8 megawatts/hora), gerando uma receita de aproximadamente €4.7 milhões e lucro que beira os €500 mil.

A primeira rede de energia começou a ser construída em 1992. Na época, era uma simples fábrica de queima de madeira com produção suficiente para gerar calor para apenas 27 residências.

O aperfeiçoamento levou à implantação de um processo capaz de extrair combustível e transformá-lo em biodiesel a partir de sementes de colza, muito utilizada na fabricação de óleo de canola. O combustível sintético à base de madeira veio em 1998. No processo, carbono e hidrogênio derivados de madeira de refugo são separados.

O próximo passo recombina as moléculas e elabora um tipo de gás natural, utilizado para alimentar a usina que gera eletricidade para a o município, que aumentou sua população em cerca de sete vezes e atualmente conta com 27 mil habitantes. A próxima meta é tornar-se totalmente independentes de energia fóssil até 2050.

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