Entidades cobram da prefeitura informações em pontos de ônibus de São Paulo

A SPObras, responsável pela manutenção das paradas de ônibus, alega que os equipamentos sofrem muita depredação e que recoloca adesivos diariamente

Por Rodrigo Gomes, da RBA 

A Rede Nossa São Paulo, em parceria com outras 150 organizações, cobrou da prefeitura de São Paulo a colocação de adesivos em todas as paradas de ônibus da com informações sobre quais linhas passam pelo local e o trajeto percorrido. Em ofício encaminhado ao prefeito Fernando Haddad e ao secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, as entidades pedem urgência. “São medidas simples que trariam enorme benefício aos cidadãos. E uma demonstração de respeito aos usuários do transporte público”, defendem.

As organizações também solicitaram uma audiência com Haddad para defender a medida. “O prefeito já fez viagens a várias grandes e médias cidades do mundo e certamente reconhece a importância dessas informações para garantir às pessoas melhores condições de circulação na cidade”, disse Oded Grajew, coordenador da Rede.

As paradas de ônibus da capital paulista começaram a ser modificadas em 2013, por meio de um contrato firmado na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (2006-2012). As anteriores, feitas de ferro, tinham sido instaladas na gestão Marta Suplicy (2000-2003). Ainda há locais, na periferia, com pontos do tipo totem feitos de madeira.

As paradas novas, em alguns locais, são estruturas de metal e acrílico, com telhado. Em outros, em que a calçada não comporta a estrutura mencionada, apenas um totem. Ambos têm condições de receber o adesivo informativo, que tem a largura de uma folha de papel sulfite (A4). Segundo a São Paulo Obras (SPObras), órgão responsável pela instalação e manutenção das paradas, a colocação de adesivos com as informações requisitadas pelas organizações foi incluída no contrato e está sendo efetivada desde 2014.

A proposta da prefeitura é que sejam colocados adesivos com o número e destino das linhas, intervalo médio nos horários de pico da manhã e da tarde e um código (QR Code) que pode ser fotografado com o celular, desde que a pessoa tenha um aplicativo de leitura do código. Ao fazer isso, o usuário recebe informações sobre as linhas, podendo saber o tempo que cada linha vai demorar para passar naquele local.

O projeto piloto desse sistema foi instalado nas Avenidas Paulista e 23 de Maio, região central da cidade, e próximo do Itaquerão, estádio do Corinthians, em Itaquera, em junho de 2014. O executivo municipal pretendia colocar estas informações em todas as 6,5 mil paradas da cidade até o final de 2015.

No entanto, ainda é comum encontrar paradas de ônibus sem o informativo pela cidade, sobretudo na periferia. Na Avenida Guilherme Cotching, na Vila Maria, zona norte da cidade, a maioria das paradas não possui o adesivo. E as que têm não possuem o QR Code.

Segundo a SPObras, o vandalismo é o principal responsável pela falta dos informativos nos pontos. A prefeitura estima que 50% das paradas são danificadas todos os anos. “A aplicação dos adesivos informativos é feita diariamente. No entanto, infelizmente, é grande o número de vandalismo e atendimentos para reparos desses adesivos. Como esses adesivos são confeccionados quase que artesanalmente e um a um, pois o que serve a uma parada não serve a outra, e a produção e a troca desses adesivos segue uma logística de difícil aplicação, pode ocorrer de algumas paradas não apresentarem o adesivo momentaneamente”, informou a SPObras, em nota.

Matéria publicada originalmente na Rede Brasil Atual.

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