Combater a desigualdade é o maior desafio da cidade

A versão atualizada do Mapa da Desigualdade, lançada pela Rede Nossa São Paulo, mostra que persiste o abismo social entre distritos da cidade.

Por Airton Goes, da Rede Nossa São Paulo

“A principal questão na cidade é a desigualdade social, todos os demais problemas decorrem daí.” Essa é avaliação feita pelo coordenador geral da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew, no evento de lançamento da versão atualizada do Mapa da Desigualdade na capital paulista, ocorrido nessa terça-feira (19/5), no Sesc Consolação.

Para ele, os dados do Mapa da Desigualdade em São Paulo representam “uma vergonha para a cidade, uma mancha para todos os paulistanos”.

Os números que indignaram Grajew foram apresentados por Maurício Broinizi, coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo, que fez uma breve explanação sobre os indicadores levantados pelo estudo.

De acordo com o Mapa da Desigualdade, o índice de centros culturais, casas e espaços de cultura, por grupo de 10 mil habitantes, é de 3,62 no distrito da Sé (o melhor indicador da cidade). No Sacomã é de apenas 0,040 e, para piorar, em São Mateus e outros 59 distritos o índice é zero.

Outro exemplo do abismo social entre as diversas regiões da cidade apontado pelo estudo é o índice de gravidez na adolescência – porcentagem de nascidos vivos cujas mães tinham 19 anos ou menos, sobre o total de nascidos vivos de mães residentes. No distrito de Marsilac, extremo sul da capital paulista, esse indicador é de 26,21. Já em Moema, região nobre da cidade, o índice é de apenas 0,585, ou seja, 45,45 vezes menor.

Em relação ao meio ambiente, os dados revelam que o total de área verde por habitante é 441,85 vezes maior em Parelheiros (o melhor índice) do que na Cidade Ademar (o pior).

Maurício Broinizi apresentou também um quadro com o número de distritos com indicador zero em diversos itens analisados, como leitos hospitalares, teatros e acervos de livros para adultos e infanto-juvenis.  

Clique aqui e confira os dados do Mapa da Desigualdade em São Paulo e os zeros da cidade.

O coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo chamou a atenção para o percentual de crianças que em 2014 não conseguiram vagas em creche (45%). “Temos aqui um enorme déficit e um desafio que a cidade precisa enfrentar de forma urgente, que é colocar nossas crianças na educação infantil”, defendeu.

Antes de passar à palavra ao secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, o coordenador geral da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew, solicitou ao representante da prefeitura que falasse com os demais secretários que é preciso tirar os zeros da cidade, apontados pelo estudo apresentado. “Não tem coisa mais importante do que reduzir as desigualdades em São Paulo”, reinterou Grajew.  

Em resposta, o secretário afirmou que tem total afinidade com o propósito da Rede Nossa São Paulo e lembrou de sua luta pela implantação da Renda Básica de Cidadania para todos os brasileiros.

Quanto aos dados do Mapa da Desigualdade, Suplicy se disse preocupado com o aumento da quantidade de pessoas que residem em domicílios localizados em favela. “Esse número vem crescendo, em que pese a redução da desigualdade”, avaliou.

Ele se comprometeu a levar os dados para a administração municipal, em especial, para o prefeito Fernando Haddad.

Para marcar aniversário, Rede disponibiliza acervo, publicação e vídeos

O lançamento da edição atualizada do Mapa da Desigualdade foi uma das atividades que marcou os oito anos de atuação da Rede Nossa São Paulo – completados no dia 16/5. E para comemorar a data, a organização disponibilizou o seu acervo digital de documentos, que registra o histórico e as iniciativas desde a constituição da Rede, em 2007.

Confira aqui o Acervo Digital da Rede Nossa São Paulo.

A Nossa São Paulo também lançou e disponibilizou a publicação Cidades Justas, Democráticas e Sustentáveis – História e Metodologia da Rede Nossa São Paulo, além de um vídeo curta-metragem e outro longa-metragem  sobre a organização.

O vídeo curta-metragem foi exibido durante o evento.

“Tudo o que nós fizemos está disponibilizado à sociedade, para cada um usar da forma que julgar mais apropriada”, explicou Oded Grajew.

Maioridade penal, Parque Augusta e plebiscito em São Paulo

O lançamento do Mapa da Desigualdade foi também uma oportunidade para organizações da sociedade civil e cidadãos paulistanos defenderem alguns temas importantes.

Houve leitura de um manifesto contra a redução da maioridade penal. Elaborado por iniciativa do Grupo de Trabalho (GT) Criança e Adolescente da Rede Nossa São Paulo, o documento tem o apoio de dezenas de organizações da sociedade civil.

A defesa do Parque Augusta como um espaço público municipal sem prédios e a leitura do “Manifesto Pró-Parques e Áreas Verdes em São Paulo” foram outros pontos de destaque do encontro.

Por fim, o evento teve ainda o lançamento público da proposta de regulamentação de plebiscitos na cidade de São Paulo. A ideia é que os paulistanos possam ser consultados – por meio de plebiscito – antes da realização de obras de grande impacto no município.

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