Em São Paulo, quase 1/3 dos prédios não reduziu consumo de água

Apesar do bônus oferecido pela Sabesp, 31% dos condomínios da cidade não diminuíram o consumo de água nos últimos seis meses, de acordo com levantamento da AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), realizado a pedido do Metro Jornal.

O levantamento, feito com mil condomínios da capital, mostra que 27% deles tiveram o bônus da Sabesp por economia de água em março. Em toda a Grande São Paulo, 77% dos consumidores receberam o desconto no mês passado.

Isso mostra que a economia conseguida nos prédios residenciais pesquisados é menor do que a média dos consumidores da região.

O  diretor de relações institucionais da associação das administradoras, Eduardo Zangari, 39 anos, diz que a maior dificuldade para reduzir o gasto de água nos condomínios é conseguir a adesão dos moradores, especialmente nos  prédios onde a conta de água é embutida na taxa de condomínio, que são a maioria. “Quando a leitura é individual, o morador percebe na conta dele que há algo errado e busca economizar”, afirma.

O executivo diz que constatou um certo “relaxamento” na redução do gasto de água nos últimos meses. “Os condomínios continuam com economia, mas não é mais aquela que víamos quando a seca do Cantareira estava pior.”

Para Zangari, esse relaxamento se deve principalmente às chuvas acima da média em fevereiro e março, que deram uma falsa sensação de que o problema está resolvido.

De acordo com Raquel Tomasini, gerente da Lello, que administra 1,3 mil condomínios na capital, o problema é o fato de a conta estar embutida no condomínio.

“É completamente diferente o comportamento do morador de uma casa, que paga a conta da Sabesp e acompanha o consumo na ponta do lápis, em relação ao que mora em condomínio. O morador do condomínio só percebe o problema quando falta água, e isso é muito ruim.”

Dicas

De acordo com Zangari, muitas vezes a conta sobe por causa de vazamentos. Uma boa dica é o síndico fazer diariamente a leitura do hidrômetro e, em caso de alteração, avisar os condôminos para verificarem as torneiras e descargas.

O resultado dessa leitura diária pode ser colocado no elevador, para mostrar se há aumento ou redução no consumo e estimular a economia nos apartamentos.

Outra medida é cobrar a conta separadamente no condomínio, o que permite que os moradores acompanhem seu valor e fiquem atentos a aumentos.

Matéria originalmente publicada no jornal Metro.

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