Haddad atinge a pior avaliação de sua gestão

Em menos de um mês, reprovação sobe de 36% para 47%, superando a registrada nos protestos de 2013, aponta Datafolha. Prefeito tem a 3ª pior reprovação, atrás apenas de Jânio e Pitta; 15% avaliam a gestão como ótima ou boa

Por Folha de S. Paulo

Com um ano e seis meses de mandato, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), atingiu o pior índice de reprovação já registrado desde o início da sua gestão.

Pesquisa Datafolha realizada nesta semana mostra que a insatisfação com a administração de Haddad passou de 36% em junho para 47% em julho.

Até então, a pior avaliação negativa havia sido registrada após os protestos de junho de 2013, quando 40% dos entrevistados consideravam a gestão ruim ou péssima.

Agora, depois de uma melhora nos índices, a reprovação voltou a crescer.

Segundo a pesquisa, o governo Haddad é considerado bom ou ótimo por 15% dos entrevistados –índice semelhante ao registrado no último mês, quando 17% tinham avaliação positiva.

Já o percentual daqueles que avaliam a administração como regular caiu de 44% para 37%, o que pode explicar o crescimento na reprovação, diz o diretor de pesquisas do instituto, Alessandro Janoni.

Haddad também alcançou a terceira pior avaliação negativa em relação a outros prefeitos com tempo semelhante no cargo. O índice fica atrás apenas dos registrados por Jânio Quadros (66%) e por Celso Pitta (54%).

Em queda, a nota média da administração também já atinge seu valor mais baixo — de 4,8, em junho, passou para 4,1, neste mês.

O Datafolha ouviu 1.047 pessoas em 15 e 16 de julho. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

A pesquisa aponta que a avaliação negativa de Haddad cresceu entre entrevistados de diferentes idades, níveis de renda e escolaridade.

A reprovação é alta, por exemplo, tanto entre os mais ricos (53% avaliam a gestão como ruim ou péssima) quanto entre os com renda familiar mensal entre dois e cinco salários mínimos (49%).

MENOS DE UM MÊS

O aumento na avaliação negativa ocorreu em menos de um mês. Nesse período, São Paulo recebeu cerca de 500 mil turistas para a Copa do Mundo e a prefeitura enfrentou dificuldades na organização de alguns espaços, como na Vila Madalena (zona oeste de São Paulo).

A administração também viu crescer as manifestações de integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) –foram pelo menos 30 dias com protestos desde o início do ano.

Haddad acumula ainda desgastes de meses anteriores. Em dezembro, a Justiça barrou a tentativa da prefeitura de aumentar o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). O prefeito chegou a recorrer, mas perdeu.

Matéria publicada originalmente na Folha de S. Paulo.

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