Perdas de água tratada em SP chegam a custar R$ 130 milhões, diz Sabesp

Número foi divulgado à Rede Nossa São Paulo após solicitação com base na Lei de Acesso à Informação

Por Rede Nossa São Paulo.

O índice de perdas físicas ou reais de água da Sabesp está em torno de 20,3%. E cada 1 ponto percentual de desperdício corresponde a um custo médio em torno de R$ 6,5 milhões. Para 2020, a meta da empresa é que este índice caia para, pelo menos, 16,6%.

Estas foram algumas das respostas dadas pela Sabesp às solicitações da Rede Nossa São Paulo (RNSP).

Desde fevereiro, quando a crise da água começou a se agravar de forma inédita em função do nível do sistema Cantareira, a RNSP vem cobrando mais transparência na utilização dos recursos dos programas de redução de perdas, o estabelecimento de metas e a realização de campanhas permanentes voltadas ao consumidor final.

Por meio de carta dirigida à diretora-presidente da Sabesp, Dilma Pena, e requerimento com base na Lei de Acesso à Informação (seguido de recurso e reclamação à Ouvidoria do órgão), a Rede Nossa São Paulo lembrou o convênio firmado pela empresa com o governo japonês, em 2012, que previa repasses de US$ 440 milhões para acelerar o Programa Corporativo de Redução de Perdas de Água já desenvolvido pela companhia. E cobrou a divulgação de resultados parciais mensuráveis, cronograma e metas intermediárias para a diminuição do desperdício de água tratada.

Em resposta, a Sabesp informou que o Programa Corporativo de Redução de Perdas, que tem horizonte de implantação de 11 anos, foi iniciado em 2009. Segundo a companhia, “a etapa inicial do Programa, concluída em 2013, foi financiada pelo BNDES, com a aplicação de R$ 1,4 bilhão, atingindo, no período, uma redução de 2,9 pontos percentuais no índice de perdas de micromedição e de 3,2 pontos percentuais no índice de perdas de faturamento. A etapa atual do Programa, que prevê a aplicação de R$ 2,7 bilhões entre 2013 e 2017, já conta com financiamento do governo do Japão por meio de sua Agência de Cooperação Internacional,(JICA – Japan International Cooperation Agency)”.

Sobre o convênio com o Japão, esclarece: “Parte das ações de combate às perdas, com utilização desses recursos do governo japonês, se iniciaram em 2013, quando foram aplicados R$ 65 milhões. Como resultado parcial mensurável, o índice de perdas de faturamento da Sabesp caiu, durante todo o ano de 2013, de 25,7% para 24,4%”.

A companhia também argumenta que “as perdas de água tendem, naturalmente, a aumentar com o tempo, pois as redes envelhecem e surgem novos vazamentos. Assim, é necessário um esforço e investimento para evitar que as perdas aumentem e um esforço adicional para reduzi-las”. Por fim, informa que “nos últimos cinco anos foram aplicados, em média, R$ 300 milhões anuais no combate às perdas físicas, que levaram a uma redução média anual de 0,4 pontos percentuais no índice de tais perdas”.

Consumo responsável

Na carta dirigida à Dilma Pena, diretora-presidente da Sabesp, a Rede Nossa São Paulo propõe que a companhia assuma a responsabilidade por instalar hidrômetros individuais nos condomínios. “Sabemos que projetos de lei já foram apresentados e aprovados tanto na Câmara Municipal de São Paulo quanto na Assembleia Legislativa de São Paulo. Entretanto, todas as iniciativas foram vetadas pelo Poder Executivo. Neste cenário, propomos que a própria Sabesp assuma a iniciativa pela instalação dos medidores individuais, o que fará com que a cobrança seja mais justa e o consumo, muito mais consciente”, informa o texto.

Em resposta, a Sabesp apenas lembrou que “a decisão e a instalação é de responsabilidade do proprietário e/ou morador do imóvel”.

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