Rede Nossa São Paulo apresenta sugestões para Plano de Mobilidade Urbana da cidade

Entre as contribuições elaboradas pelo Grupo de Trabalho (GT) Mobilidade Urbana, e apresentadas à Comissão Municipal de Transporte e Trânsito, está a priorização do pedestre e do transporte coletivo por ônibus.

Por Airton Goes, da Rede Nossa São Paulo

Total prioridade à mobilidade dos pedestres e ao transporte público pelo modal ônibus é uma das principais propostas da Rede Nossa São Paulo para o futuro Plano de Mobilidade Urbana da cidade. Elaboradas pelo Grupo de Trabalho (GT) Mobilidade Urbana da Rede, as contribuições foram apresentadas nesta quarta-feira (26/3) aos integrantes do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito.

Apresentado por Horácio Figueira, integrante do GT Mobilidade Urbana, o conjunto de sugestões inclui, por exemplo, “colocar semáforos com foco em pedestres em todos os cruzamentos onde já existam semáforo para veículos” e “prever todas as facilidades para o pedestre no projeto de mobilidade”.

Medidas para ampliar a velocidade média dos ônibus nos corredores e o uso de tecnologias para reduzir emissões de poluentes, que atualmente causam grande impacto na saúde pública, também estão entre as sugestões.

Outra proposta apresentada pela Rede Nossa São Paulo defende a implantação do “controle de qualidade na segurança do trânsito”, que visa reduzir o número de acidentes e mortes nas vias da capital paulista.

De acordo com o integrante do GT Mobilidade Urbana, as contribuições têm como base um novo conceito sobre o papel da infraestrutura viária no planejamento da mobilidade, com foco no transporte de pessoas e não mais só de veículos.

“Não há mais espaço na cidade de São Paulo, nos períodos de pico, para a expansão da frota de automóveis, sem sérios prejuízos humanos, econômicos e ambientais”, registrou Figueira.

Clique aqui e confira a apresentação completa das propostas

Maurício Broinizi Pereira, coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo, lembrou que a organização defende há vários anos a instalação do Conselho Municipal de Transporte e a elaboração de um Plano Municipal de Mobilidade Sustentável.

Segundo Pereira, a cidade de São Paulo não pode errar na elaboração do Plano de Mobilidade. Nesse sentido, solicitou aos integrantes do Conselho que “olhem a cidade” como um todo. “Hoje temos oportunidade de discutir e ver o que melhor para todos, e não ficar fazendo lobby para setores e interesses específicos.”

Ele solicitou que a Prefeitura não “relaxe” no combate à poluição e a exortou a ter coragem para enfrentar as resistências de alguns setores aos corredores e às faixas de ônibus. “É duro politicamente, causa desgastes, mas, se estamos fazendo uma mudança, precisamos bancar essa mudança.”

Jilmar Tatto, secretário municipal de Transporte, reafirmou que a atual gestão continuará priorizando o transporte coletivo em detrimento do individual. “Isso é um processo e não é fácil”, reconheceu.

Ele anunciou que um novo tipo de semáforo, que priorizará os ônibus, será instalado na Rua Clélia ainda este ano. “Dando certo, iremos instalar o mesmo sistema em outras vias da cidade”, afirmou.

Durante a reunião, vários participantes puderam expressar suas opiniões e propostas para o transporte e a mobilidade na capital paulista.

Ao final do encontro, o secretário informou que o debate sobre o futuro Plano de Mobilidade da cidade terá continuidade, com a apresentação de outras sugestões por parte de organizações e segmentos da sociedade.

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