“Dia Mundial Sem Carro propõe discussões políticas e mudanças no trânsito” – EBand

 


Da Redação
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No Dia Mundial Sem Carro, que será comemorado nesta terça-feira, dia 22, várias cidades do mundo promovem eventos para fazer um alerta sobre os impactos do uso do carro no meio-ambiente e na saúde do cidadão e apontar alternativas de meios de transporte para uma vida sem o automóvel.

“Queremos tentar abrir um diálogo com a Prefeitura de São Paulo para que seja criado um plano de mobilidade na cidade que garanta melhorias no trânsito e indique uma solução para o transporte público com metas, transparência e um cronograma”, disse Maurício Broizini, coordenador da Secretaria Executiva do Movimento Nossa São Paulo, que organiza o Dia Mundial Sem Carro com coletivos da cidade há três anos.

Em São Paulo, a programação começou na quinta-feira, dia 17, com o Desafio Intermodal. Foram testados vários meios de transporte para verificar qual fazia o mesmo trajeto em tempo menor, com menos custo e menos poluição. O helicóptero ficou atrás da bicicleta, que em 22 minutos cruzou a avenida Engenheiro Carlos Berrini e chegou na sede da prefeitura, no centro da cidade.

"Existe uma minoria que adere ao movimento. Uma pesquisa feita em 2007 mostrou que 100 mil pessoas deixaram de usar o carro naquele dia. Nós enfatizamos o debate, a reflexão e a pesquisa", afirmou Bronzini.

A terceira edição da pesquisa do Movimento Nossa São Paulo em parceria com o Ibope sobre mobilidade na capital mostrou em 2009 que o paulistano gasta em média 2 horas e 43 minutos no trânsito todos os dias. O levantamento divulgado nesta sexta-feira entrevistou 805 pessoas entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro.

A nota para o trânsito de São Paulo foi 3. A pesquisa ainda apontou que sete em cada dez moradores avaliam a situação do trânsito na cidade ruim ou péssima. A estudante Camilla Rolim, 19, moradora do bairro do Tatuapé, na zona leste, gasta 2h30 no trânsito. "Sempre achei que a melhor medida é aperfeiçoar o transporte público, porque nele cabem mais pessoas e ocupa menos espaço na rua", afirmou.

Recursos

Os ativistas do Dia Mundial Sem Carro defendem a integração da bibicleta com o transporte público e o uso racional do automóvel. A Prefeitura de São Paulo prometeu construir três ciclovias em 2010, mas a maior preocupação é a segurança do ciclista.

“As pessoas querem andar com segurança. Os ciclistas não podem ficar expostos ao risco de acidente" disse Bronzini. A estudante Camilla que ainda não tem carro próprio usaria ciclovias. “Eu andaria de bicicleta se tivesse segurança nas vias expressas", afirmou.

Para o coordenador do Movimento Nossa São Paulo, os recursos aplicados na ampliação da marginal Tietê mostram que o Governo de São Paulo prioriza o automóvel. “A ampliação da marginal é um incentivo ao aumento do número de carros. Mesmo que seja menos confortável usar transporte público, é preciso pensar em consequências a longo prazo”.

 

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