Roda de conversa destaca importância de estimular o pertencimento à cidade


A necessidade de estimular o sentimento de pertencimento à cidade para que a população passe a cuidar de São Paulo foi um dos pontos abordados na roda de conversa realizada no Sesc Consolação, nesta segunda-feira (25/08). O tema foi "A Cidade e a Cultura Cidadã: a Palavra do Eleitor". A mesa teve a participação de Danilo Miranda, do Sesc São Paulo, Luiz Roberto Alves, da Universidade Metodista e Universidade São Paulo, Tião Soares, da Fundação Tide Setúbal, e Cida Bento, do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert). A jornalista Mona Dorf fez a mediação.  A roda de conversa fez parte do encontro com os candidatos à Câmara Municipal de São Paulo para apresentar uma carta-compromisso do Movimento Nossa São Paulo a fim de estimular atuação entre os eleitos regida por princípios éticos.

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Cida Bento abriu o debate destacando que para alguns segmentos da população a cidade é hostil, gera medo. Para inverter essa situação e reforçar o sentimento de que a cidade é de todos, é preciso que as políticas públicas reconheçam as necessidades dos diferentes grupos. “O sentimento de pertencimento à cidade, de cuidar do bem comum, tem que estar em todos nós. É assim que a gente vai exigir que o servidor público cumpra o seu papel, assim que a gente vai cuidar do erário público, sentindo que ela [a cidade] se interessa por nós, independentemente do segmento a que a gente pertence.”

O professor Luiz Roberto Alves comentou que o voto se realiza como um símbolo da vida pessoal e comunitária.  “O ato de votar recupera a experiência dos que aqui nasceram e dos que vieram de longe para essa cidade do trabalho. Em seguida a essa recuperação, o voto se transforma em fábrica de novas culturas, da mobilização, do compartilhamento do poder e do gozo dos direitos humanos e sociais.” Após a eleição, segundo o professor, começa a se formar uma cultura de governança. “Se não formos tomados por um propósito urgente de construí-la, continuaremos a estimular a política do favor e da clientela”,  enfatizou.

Para o professor Tião Soares, o gestor público precisa compreender a cultura de forma mais ampla, como os modos de fazer e saber da população, não apenas como o conjunto das produções artísticas, as obras de arte.  Só assim poderá construir uma cultura sustentável e estimular o sentimento de pertencimento à cidade. Para isso, é preciso diálogo com a periferia, considerar o bairro como parte da cidade.

 “Precisamos considerar os valores, os saberes, os fazeres e fazer saber os fazeres existentes nas diversas manifestações que estão nos bairros.” O professor também acha fundamental integrar os diversos campos do conhecimento no planejamento da administração municipal. “ As políticas públicas de cultura sustentável devem propor ações de integração com o transporte, com a cultura alimentar, com a saúde, com o meio ambiente, e com as demais políticas que não são levadas em conta”.

 

 

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