Chuvas de fevereiro no Cantareira já superam média histórica do mês

Apesar desse volume de água, principal sistema da Grande São Paulo segue em situação crítica; Governo Alckmin torce para a manutenção das chuvas no manancial até o fim de março, para não adotar um rodízio.

Por Giovanna Balogh e Guilherme Magalhães

Com um volume de chuvas em fevereiro acima da média histórica para o mês, o sistema Cantareira, o principal da Grande SP, teve ontem (16/2) sua maior alta neste ano.

De domingo para segunda, saltou 0,5 ponto percentual, atingindo a marca de 7,8% de sua capacidade. Com isso, na prática, o manancial que abastece 6,2 milhões de pessoas retomou o patamar do início de dezembro passado.

O governo de Geraldo Alckmin (PSDB) aposta na manutenção desse volume de chuvas em fevereiro e março para evitar a implantação de um rodízio em toda a Grande SP.

Mesmo com as recentes chuvas, o sistema segue em situação crítica. À beira de um colapso completo, opera atualmente com a segunda cota do chamado volume morto –a reserva de água no fundo das represas.

A primeira cota se esgotou em meados de novembro –uma terceira, de acordo com o governo paulista, poderá ser usada a partir de junho, em meio ao período seco.

Atualmente a gestão Alckmin trabalha num estudo que irá definir qual o percentual mínimo que o Cantareira deverá atingir no final de março para evitar o rodízio.

Com esse volume, somado a algumas obras de interligação entre sistemas, o Cantareira teria fôlego suficiente para abastecer um quarto da região metropolitana entre abril e setembro deste ano.

Na primeira quinzena de fevereiro, a chuva no Cantareira foi de 206,1 mm. A média histórica para o mês todo é de 199,1 mm.

Em fevereiro do ano passado, por exemplo, choveu apenas 73 mm no Cantareira. No dia 16 daquele mês, o sistema operava com 18,5%, ainda sem ter utilizado nenhuma cota de volume morto.

Pode ainda ter contribuído para a acentuada alta do nível do sistema a redução da demanda, já que cerca de 2 milhões de carros deixaram a capital –a frota da cidade é de 7,9 milhões de veículos.

Os mananciais do Alto Tietê, Guarapiranga, Alto Cotia, Rio Grande e Rio Claro também registram alta –juntos, com o Cantareira, operam com 19,1% da capacidade.

Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo

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