Democracia participativa é defendida por Mario Sérgio Cortella

 

Eliene Santana e Helber Pereira – Cobertura Jovem Viração/Unicef

Entrevista com Mario Sérgio Cortella filósofo e professor da PUC-SP

Você acredita que democracia participativa significa também orçamento participativo, que a comunidade possa escolher como gastar o dinheiro?
O orçamento participativo é uma presença necessária, eu que fiz parte de um governo durante quatro anos, da Luiza Erundina, percebi que a questão do orçamento participativo era colocada no dia-a-dia. Eu mesmo como membro do governo e como secretário participei de muitas reuniões desse tipo de orçamento. A questão é que ele não pode substituir a tarefa do poder público, isto é, o orçamento participativo. Ele é uma espécie de opinião de debate, de escolha de prioridades. Mas o governo quando eleito tem uma visão também do conjunto, um movimento tem que ter autonomia, mas eles não são soberanos, pois isso, uma reunião do orçamento participativo é autônoma em relação à distribuição da sua área, mas ela não pode de maneira alguma ganhar ar de soberania, porque ela não é a prefeitura, a prefeitura é exatamente um conjunto e se assim fosse, nós implantaríamos a estrutura do movimento anarquista que são extremamente inteligentes e assim se faria uma outra gestão. Agora, é preciso que aja autonomia sim, para a destinação, mas a visão de conjunto é tarefa de gestor, que, aliás, foi eleito pelo conjunto para isso.

Em relação às propostas feitas no fórum Nossa São Paulo, como as escolas poderiam estar participando?
Elas participam com a primeira participação cada vez mais fora daquilo que a legislação coloca, que são os grêmios, uma parte hoje desses jovens não liga tanto com os grêmios. Acho, inclusive, que cada região da cidade deveria ter uma câmara jovem de vereadores – a experiência significativa, especialmente na cidade de Araras, em que a câmara jovem acabou levando os jovens a participar dentro do legislativo no dia-a-dia em relatos de formações de presidentes, um dos presidentes da câmara jovem com 16 anos foi eleito vereador aos 20 anos dentro da cidade pelos estudantes, portanto, ele é um dos nove vereadores da cidade. Então, olha essa experiência de Araras que vai se ver na possibilidade de fazer as câmaras jovens nas regiões com a presença da população dentro dessa faixa etária e também a atuação deste grêmio dentro do dia-a-dia.


 

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