Oferta de equipamentos públicos esportivos na cidade

Dos 96 distritos em São Paulo, 12 não têm um único equipamento a cada 10 mil habitantes. Pari, Jaguará, Barra Funda e Socorro são os distritos melhor posicionados.

As Olimpíadas de Paris têm inspirado jovens de diversas idades, após as conquistas das medalhas inéditas como a da ginasta Rebeca Andrade e da judoca Beatriz Souza.

Na entrevista concedida à Alma Preta Jornalismo, Beatriz Souza comentou sobre a importância do esporte em sua vida e a expectativa de investimentos para que novos talentos surjam. “Não quero só o judô em alta, mas todas as outras modalidades. Temos muitos talentos, muitos nomes, muitos olímpicos. Quero que o esporte, em si, cresça”.

Garantir que jovens de todas as idades e condições sociais tenham acesso a instalações esportivas é essencial para o desenvolvimento de talentos, permitindo que mais pessoas tenham a chance de praticar esportes. Neste sentido, os equipamentos públicos de esporte desempenham um papel crucial no incentivo de descobrir novos atletas e no desenvolvimento do esporte em comunidades.

Como os equipamentos municipais de esporte estão distribuídos na cidade?

Quando falamos de equipamentos públicos de esporte disponíveis para a população, são contabilizados: centros esportivos, piscinas, quadras poliesportivas, campos de futebol, quadras de tênis, pistas de skate/esportes radicais e ginástica.

Imagine você concorrendo por um espaço em uma quadra poliesportiva com mais de 10 mil pessoas? Pois é. Essa é a realidade de grande parte da população.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, o melhor distrito nesse indicador é Pari (com 1,55 equipamento por 10 mil habitantes), porém ainda está longe do ideal. A média da cidade de São Paulo é 0,32 – um número quase irrisório.

Equipamentos de esporte na cidade de São Paulo, por distrito a cada 10 mil habitantes:

Fonte: Mapa da Desigualdade 2023

O retrato dos equipamentos públicos de esporte das cidades Brasileiras

De acordo com o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR), a média das cinco melhores cidades brasileiras possui 2,8 equipamentos a cada 10 mil habitantes.

Ao olhar para os indicadores da cidade de São Paulo, vemos que 12 distritos não têm um único equipamento por 10 mil habitantes e apenas 4 têm mais de um equipamento para cada 10 mil habitantes sendo: Pari, Jaguará, Barra Funda e Socorro.

Na cidade de Guarulhos, onde Rebeca Andrade nasceu, a média de equipamentos esportivos é de 0,015 por 10 mil habitantes. Já na cidade de Itariri, terra natal da judoca Beatriz Souza, esse número chega a 1,58/ 10 mil habitantes.

Quantas Bias e Rebecas teríamos a mais com investimento? Focar em equipamentos públicos de esporte é uma estratégia eficaz para fomentar a prática esportiva, apoiar o desenvolvimento de atletas e vermos muitas outras Rebecas e Beatrizes surgirem no futuro.

Ouça também o Programa Nossa Cidade da rádio Eldorado FM (107.3) com o colunista Jorge Abrahão, coordenador geral do Instituto Cidades Sustentáveis (veiculado em 08 de agosto de 2024).

Compartilhe este artigo