Para a maioria da população paulistana, a qualidade de vida piorou nos últimos 12 meses

Pesquisa aponta, também, que 60% sairiam da cidade se pudessem

A edição de 2021 da pesquisa Viver em São Paulo: Qualidade de Vida traz dados da percepção da população paulistana acerca da participação política, confiança nas instituições, avaliação da administração público, entre outros aspectos. O levantamento é realizado desde 2008 pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligência.

A pesquisa foi realizada entre os dias 5 de dezembro de 2020 e 4 de janeiro de 2021 com 800 pessoas que moram no município de São Paulo e têm 16 anos ou mais. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados totais. O intervalo de confiança é de 95%.

Confira alguns destaques.

Bem-estar e qualidade de vida

O índice de satisfação com a qualidade de vida na cidade desta edição não teve diferença significativa em relação à anterior – 6,3; em 2020 era 6,5. Porém, a percepção majoritária é de piora na qualidade de vida nos últimos 12 meses: 16% afirmam que piorou muito; 27% que piorou um pouco; 39% que ficou estável; 14% que melhorou um pouco; e 5% que melhorou muito.

A grande maioria da população paulistana tem orgulho de morar na cidade de São Paulo: 34% afirmam ter muito orgulho; 43% pouco orgulho; e 21% não sente orgulho de morar na capital paulistana. Entretanto, 60% dizem que sairiam da cidade se pudessem.

Oportunidade é a qualidade mais apreciada da cidade (19%), seguida por mercado de trabalho (14%) e diversidade de serviços (11%). Já violência e criminalidade seguem sendo os aspectos mais negativos, com 31% e 18% das menções, respectivamente.

Esperança é o principal sentimento relacionado à cidade, sendo citado por 21% das pessoas entrevistadas. Na sequência, decepção, com 12% das menções; frustração, com 10%; e gratidão, com 9%.

Cai o sentimento de inclusão na comunidade onde se vive, em comparação com a edição anterior da pesquisa: 35% se sentem incluídas(os) – em 2019, esse número era 42%; enquanto 30% não se sentem incluídas(os).

Mas 43% gostam do bairro onde moram, enquanto 25% não gostam.

Confiança nas instituições

Metrô, Sabesp e Conselho Tutelar são as instituições em que a população paulistana mais confia, sendo apontadas por 70%, 57% e 51% das pessoas entrevistadas, respectivamente. Já a Igreja é a instituição que mais contribui para a melhora da qualidade de vida (25%), seguida de ONGs que trabalham no bairro em que mora (19%), universidades (17%), meios de comunicação (16%) e Prefeitura (16%).

Avaliação administrativa

A avaliação da atual administração municipal permanece estável: 35% consideram ruim ou péssima; 45% consideram regular; e 18% consideram ótima ou boa. Ademais, em relação às subprefeituras, 37% consideram ruins ou péssimas; 38%, regulares; e 18%, ótimas ou boas.

Cerca de 3 em cada 10 pessoas entrevistadas não conhecem as funções desempenhadas pelas subprefeituras – 29% não conhecem; 58% conhecem um pouco; e 13% conhecem bem.

Porém, em relação à Câmara de Vereadores, 52% avaliam a atuação como ruim ou péssima; 33%, como regular; e 9%, como ótima ou boa.

Participação política e características de prefeito(a) e vereador(a)

Quase metade da população paulistana (47%) considera que a entrada de mais mulheres, negras e transexuais na Câmara nas últimas eleições melhora a qualidade de política. Já 37% consideram que não afeta.

Pouco tempo após a eleição, a maioria das pessoas lembra em quem votou (68%). Entretanto, 30% não lembram.

Ainda, a maioria das pessoas não tem nenhuma vontade de participar da vida política da cidade (58%); 30% têm alguma vontade; e 11%, muita vontade. Porém, cresce a proporção de paulistanas e paulistanos que participam da vida política da cidade.

Entre as pessoas que participam, 26% afirmam assinar petições ou abaixo-assinados; 16% compartilham notícias sobre o município pelas redes sociais; 14% compartilham notícias sobre o município por aplicativos de mensagens; 10% participam de associação comunitária, de moradores ou sociedade de amigos do bairro; 10% participam de trabalhos voluntários direcionados para pessoas carentes; e 10% participam de associações ou ONGs que atuam em áreas como saúde, educação, moradia etc.

Para cerca de metade das pessoas que moram em São Paulo, a renovação nos poderes executivo e legislativo (49%), assim como o período eleitoral (54%), não estimulam o envolvimento com a vida política da cidade.

Os meios mais considerados para uma possível participação nas atividades da Câmara são redes sociais (28%), aplicativos de mensagens (24%) e reunião com a população dos bairros (23%).

Conhecer bem os problemas da cidade e ter visão de futuro são as características mais prezadas em um(a) prefeito(a), com 65% e 54% da menções, respectivamente. Em seguida, ser trabalhador(a), com 41% das menções; ter experiência administrativa, com 40%; e ter pulso firme, com 37%.

No caso de vereador(a), conhecer bem os problemas da região onde a pessoa entrevistada mora é a principal característica que deve ter, sendo mencionada por 51%. Na sequência, ser trabalhador(a) (45%); ter visão de futuro (43%); e saber trabalhar em equipe (43%).

Saiba mais:

Confira a apresentação resumida da pesquisa
Confira a pesquisa completa 

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