Gestão Doria vai iniciar Corujão da Cirurgia em maio

Fila da rede municipal é de quase 26 mil pessoas; nova fase do programa não terá intervenções em hospitais particulares

Fabio Leite, O Estado de S.Paulo

Após anunciar ter zerado a fila de exames médicos herdada da administração Fernando Haddad (PT) na rede pública municipal, a gestão do prefeito João Doria (PSDB) prepara uma nova fase do programa Corujão da Saúde para reduzir, agora, a espera por cirurgias em São Paulo.

A Prefeitura deve começar a chamar, a partir do dia 1.º de maio, 25.950 pacientes que esperam há anos para se submeter a cirurgias de média complexidade, que necessitam de internação, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na rede municipal.

A lista de procedimentos previstos nesta etapa do Corujão inclui cirurgias de hérnia, vesícula, tireoide, varizes e intervenções ginecológicas e proctológicas. Ao contrário do mutirão de exames lançado em janeiro, que realizou 20% do serviço em unidades privadas parceiras, as o operações médicas serão todas realizadas em hospitais públicos da capital. 

A Prefeitura selecionou cinco unidades – uma para cada região. Três deles são municipais: o Hospital do M’Boi Mirim (sul), o da Vila Maria (norte) e o do Jabaquara (sul). O Hospital Santo Antônio, na Penha (Leste), é ligado à Beneficência Portuguesa e o Hospital Universitário, no Butantã (Oeste), à Universidade de São Paulo (USP). Não há prazo para zerar a fila.

“São cirurgias de média complexidade para pacientes que precisam de internação ou exigem um leito de UTI e que, por isso, não podem ser feitos nos Hospitais-Dia ou na Rede Hora Certa. São quase 26 mil pessoas. Tem gente esperando há mais de três anos.

Vamos começar a chamá-las em 1.º de maio para agendar as cirurgias em seguida. Elas serão feitas durante 24 horas. Interna de dia e realiza a cirurgia assim que possível”, explicou o secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara.

Exames

Neste mês, Doria anunciou ter zerado, em 83 dias, a fila de espera por exames que herdou da gestão Haddad por meio do Corujão. Mas nem todos os 485 mil pacientes que formavam a fila de espera foram atendidos. Segundo a Prefeitura, foram 342 mil procedimentos feitos – 70% do total. Os 140 mil restantes saíram da fila sem passar pelo exame porque, segundo a gestão, não precisavam mais do atendimento ou porque esperavam havia mais de seis meses e, por isso, foram encaminhados para reavaliação médica, para verificar a necessidade do atendimento.

Além disso, o Corujão não impediu que a fila de exames crescesse neste ano. Até o início do mês, eram 88.624 novos pacientes na lista de espera. De acordo com Pollara, hoje restam ainda 60 mil exames a serem feitos, o que deve ocorrer até junho. A partir de então, a meta é que os exames sejam realizados no prazo de 30 dias.

Matéria publicada na Folha de S. Paulo.

 

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