Doria abre licitação e prevê gasto de até R$ 100 mi por ano com publicidade

Prefeitura anuncia audiência pública para contratar duas agências de publicidade que farão as campanhas da gestão tucana por 4 anos

Bruno Ribeiro e Fabio Leite – O Estado de S. Paulo

A gestão do prefeito João Doria (PSDB) vai contratar duas agências de publicidade para elaboração de projetos e campanhas da Prefeitura de São Paulo. A estimativa é de que as contas recebam até R$ 100 milhões por ano de recursos para ações de comunicação e propaganda institucional em internet, rádio, TV e mídia impressa.

No dia 23 de fevereiro, a Secretaria Municipal de Governo fará uma audiência pública para colher informações e sugestões que possam ser utilizadas na elaboração do edital de concorrência pública, ainda sem data para ocorrer. Os contratos podem ser prorrogados por até cinco anos, de acordo com a lei de licitações (8.666/93).

Em pouco mais de um mês de gestão, Doria já criou mais de 20 slogans relacionados a ações e programas implantados pela sua gestão. Os carros-chefe são o Cidade Linda, de zeladoria urbana, e o Marginal Segura, que aumentou os limites de velocidade nas marginais do Tietê e do Pinheiros.

Até agora, o tucano tem feito a publicidade desses programas pessoalmente em seu perfil no Facebook. Atualizada diariamente por uma equipe paga por Doria, a página exibe uma espécie de reality show da vida de prefeito, com fotos e vídeos de bastidores da agenda pública. O perfil já soma mais de 1,5 milhão de seguidores.

Também é por meio da rede social que Doria anuncia quem são as empresas com as quais negociou pessoalmente doações para a Prefeitura, que vão de veículos e lâmpadas a reforma de banheiros. Em alguns casos, a “parceria” é anunciada antes mesmo da abertura de chamamento público, conforme determina a lei.

A única mudança na proposta do orçamento da cidade solicitada por Doria à Câmara Municipal foi aumento da verba de publicidade. Sob justificativa de que os recursos eram necessários para campanhas de educação do trânsito, ele conseguiu retirar R$ 200 milhões do Fundo Municipal de Trânsito, fonte que financia a operação da CET, para destinar à publicidade. No total, a verba para propaganda ficou em R$ 300 milhões, ou três vezes o que foi gasto em 2016.

Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo.
 

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