Muita tinta e 2 anos depois, ciclovias passam a fazer parte da vida da cidade

Dois anos de ciclovias em São Paulo

ELVIS PEREIRA E RAFAEL BALAGO – REVISTA DA FOLHA SÃO PAULO

O começo de junho de 2014 foi tenso para a equipe da Companhia de Engenharia de Tráfego encarregada de cumprir uma nova missão: apagar vagas de estacionamento para pintar a primeira ciclovia da região central, na avenida Cásper Líbero. "Usamos tinta de baixíssima durabilidade e sinalização simples, usada em obras, para testar", disse Suzana Nogueira, em uma pedalada pelo centro com participantes de um festival dedicado às bicicletas, quase dois anos depois.

Ciclista e com nove bikes em casa, Nogueira coordena o Departamento de Planejamento Cicloviário da CET. "Mesmo dentro da companhia, falavam que era impossível fazer ciclovias", afirmou, sem saber, àquela altura, da presença da reportagem no passeio.

Passada a fase de incredulidade, elas se espalharam e, hoje, são 414,5 km de vias destinadas às bicicletas —seis vezes mais ciclovias do que há dois anos. "A gente achava que ia ser massacrado, mas depois passou. A rebeldia [dos moradores] dura no máximo 20 dias", disse, ao pedalar pelo largo do Paissandu.

As críticas podem ter amainado, mas ainda existem. Para Sérgio Ejzenberg, engenheiro civil e especialista em transporte com mestrado na USP, a administração da mobilidade urbana na gestão Haddad falha ao se concentrar nas bicicletas como marca: "Onde está o juízo de quem esquece os corredores de ônibus? Não se trata de ser contra a bicicleta. O que é necessário é ter lógica na administração da mobilidade, coisa que não houve. Houve uma bandeira política feita sem técnica, colocando a bicicleta na frente do ônibus. Esse plano nasceu errado".

Confira a reportagem completa publicada na revista da Folha São Paulo.
 

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