São Paulo medirá indicadores de qualidade da Educação Infantil com autoavaliação

Após três anos de trabalho, documento que será aplicado nas EMEIs e CEIs das 13 Diretorias Regionais de Educação (DRE) foi apresentado nesta quinta-feira (7) e conta com 32 indicadores divididos em 180 questões e nove temas

De Secretaria Executiva de Comunicação

A Prefeitura aplicará na primeira quinzena do mês de maio uma autoavaliação para medir 32 indicadores de qualidade da Educação Infantil em toda a cidade de São Paulo. Após três anos de trabalho e debate com educadores da Rede Municipal, o documento, que será submetido não só aos familiares dos alunos, mas também a todos os funcionários, educadores e a comunidade do entorno das Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs) e Centros de Educação Infantil (CEIs), foi apresentado nesta quinta-feira (7), durante o IV Seminário Regional Qualidade na Educação Infantil, realizado no Centro Educacional Unificado (CEU) Alvarenga.

A avaliação conta com mais de 180 questões, divididas em nove temas diferentes, chamados de dimensões, que compõem 32 indicadores. Entre os temas tratados pela avaliação estão Relações Étnico-Raciais e de Gênero; Formação e Condições de Trabalho das Educadoras e Educadores; Rede de Proteção Sociocultural; Planejamento e Gestão Educacional; Participação, Escuta e Autoria de Bebês e Crianças; Multiplicidade de Experiências e Linguagens em Contextos Lúdicos para as Infâncias e Interações. 

Mais de 300 professores participaram do seminário nesta quinta-feira (7). Desde janeiro de 2013, mais de 88 mil vagas de Educação Infantil foram criadas na cidade, e em média, uma nova creche foi inaugurada a cada três dias em São Paulo. “Como diz Paulo Freire, ninguém educa ninguém e ninguém se educa sozinho. Os homens se educam no diálogo e na comunhão com o ideal de democratização, de unir as vozes da resistência para poder nomear diferentemente o mundo. Acredito, com toda essa experiência vivida com vocês, que esse documento será instrumento muito importante para assegurar a possibilidade da construção de uma cultura participativa dentro da escola. É um documento que respeita profundamente o direito das crianças, dos professores e dos pais”, afirmou a consultora do Ministério da Educação Marina Célia de Moraes, que ajudou na formulação do documento.

Os participantes da avaliação pontuarão, em grupos pequenos, cada um dos 180 itens em três níveis. Verde, caso a unidade esteja em bom caminho de evolução no indicador. Amarelo, se a questão merece mais atenção. Vermelho, caso a situação seja grave e mereça providências imediatas. Após a autoavaliação, a comunidade e a unidade escolar terão de formular, ainda no mês de maio, um plano de ação para solucionar os problemas identificados. As datas para realização tanto da avaliação quanto do plano de ação serão definidas dentro das unidades, com base em seus calendários escolares. 

“Nos governos e no poder público em geral, é muito comum a gente se satisfazer com indicadores numéricos. O número de vagas abertas, quantas escolas, ruas asfaltadas ou postos de saúde abertos. Normalmente, por trás desses números, se esconde um programa que verdadeiramente é o que a gente quer levar a termo. Então, trabalhar com qualidade é muito mais ousado e exige mais coragem que trabalhar com quantidade ”, afirmou Erika Fischer, integrante da São Paulo Carinhosa, política municipal da primeira infância.

“O objetivo não é de avaliar dados ou números, mas sim nossa realidade concreta. Esse documento traz o olhar que a rede municipal de São Paulo tem do serviço e do trabalho de qualidade na Educação Infantil”, disse Sonia Larrubia, da Diretoria de Orientação Técnica da Secretaria Municipal da Educação.

O documento produzido pela pasta tem como base os “Indicadores da Qualidade na Educação Infantil”, produzido pelo MEC em 2009. Outra experiência de autoavaliação já havia sido realizada em 441 unidades escolares paulistanas no fim de 2013 e início de 2014.

“Algo que deve ser celebrado é que esse é um documento pensado para a Educação Infantil e feito por profissionais da área. Historicamente, isso não é pouco e é um grande avanço, que precisa de continuidade. Demos um passo importante, mas é preciso dar outros, que são a apropriação e consolidação para que ele cumpra sua missão, que não é só de autoavaliar, e sim a melhoria da qualidade da Educação Infantil”, disse a professora Bruna Ribeiro, assessora da Diretoria de Orientação Técnica da Secretaria Municipal da Educação.

Matéria publicada originalmente no portal da Prefeitura de São Paulo.
 

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