Paulista inaugura neste domingo abertura de vias para lazer em São Paulo

Pelo menos 21 ruas da capital foram aprovadas pela população para fazer parte do projeto 

Ana Ignacio, do R7

No dia 28 de julho, a Prefeitura de São Paulo realizou um teste polêmico na avenida Paulista. Após inauguração do primeiro trecho da ciclovia no local, um mês antes, a rua inteira foi fechada para carros e virou um ponto de lazer na cidade durante algumas horas. O trânsito na região foi desviado para vias laterais e as ruas, tradicionalmente repletas de carros e ônibus, abrigaram bicicletas, skates, patins. Pessoas caminhando, praticando corrida e barracas de comida de rua preencheram o local. A paisagem ficou bem diferente do conhecido cenário de correria e atribulação dos dias de semana.

Neste domingo (18), mais uma vez, a paisagem será modificada e o fechamento da Paulista começa a vigorar oficialmente na cidade. Como parte do programa municipal Rua Aberta, o bloqueio está previsto para ocorrer das 9h às 17h e essa deve ser apenas a primeira medida do tipo já que audiências públicas têm discutido a abertura de outras ruas em São Paulo.

O objetivo do projeto, segundo a prefeitura, é que essas vias recebam atividades esportivas, gastronômicas e culturais gratuitas. Fora isso, “as políticas do programa também visam incentivar a comercialização de artesanatos e alimentos de baixo custo, considerando os empreendedores e artistas locais como peças fundamentais, promovendo a inclusão cultural, geração de renda e a recuperação urbana de espaços degradados e sem uso”. 

A população parece estar de acordo com o projeto. De acordo com a 9ª pesquisa sobre mobilidade urbana feita pelo Ibope a pedido da Rede Nossa São Paulo em parceria com a Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), 64% dos entrevistados se disseram a favor da utilização exclusiva, aos domingos, de ruas e avenidas para lazer e circulação de pedestres e ciclistas.

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Mais áreas de lazer

Até o momento, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras informa que 21 subprefeituras realizaram audiências públicas e definiram as vias que farão parte do programa Rua Aberta (em um dos casos, os moradores aprovaram a abertura de duas vias, totalizando 22 ruas em andamento para integrarem o projeto). Ainda de acordo com a pasta, "duas subprefeituras ainda irão realizar suas audiências públicas para debater as vias indicadas neste final de semana e outras nove subprefeituras terão de realizar, até o dia 24 de outubro, novas audiências públicas, pois os munícipes não chegaram a um consenso sobre as vias indicadas na primeira reunião".

Em cada encontro foram apresentadas sugestões de vias para fechamento. Esses endereços foram levantados após estudo da CET e já seriam locais viáveis para serem transformados em área de lazer.

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Apesar de acreditar que o projeto Rua Aberta é positivo para a cidade, Mauricio Broinizi, coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidade Sustentável, defende que uma rua fechada por subprefeitura é pouco.  

— Somos favoráveis, há muito tempo, a uma cidade mais humana e com mais áreas de encontro e de lazer, mas eu defenderia uma rua aberta por distrito, o que daria 96 (ruas). Uma cidade como São Paulo precisa de mais espaços de lazer. Se tivéssemos muitos parques, muitas praças, talvez não fosse necessário, mas como temos um déficit desse tipo de espaço na cidade, essa medida de abrir as ruas é importante.

No entanto, a decisão final dos endereços que terão bloqueio para carros aos domingos e feriados depende da finalização de estudos e aprovações técnicas. Ainda não há um prazo para oficialização desses nomes. Broinizi enfatiza, ainda, que o fechamento só ocorrerá quando houver viabilidade, além do consenso entre os moradores.

— Precisa ter estudo técnico para ver se tem alternativa para garantir a fluidez do trânsito. Você não pode simplesmente obstruir uma ligação importante se não tiver alternativa. Se a avenida tiver um hospital, por exemplo, precisa ter uma alternativa para entrar e sair, etc. Os estudos técnicos vão prever alternativas, mudança de mão, acesso a moradores.

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A iniciativa do Rua Aberta envolve as secretarias municipais de Coordenação das Subprefeituras, Transportes, Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, Cultura, Segurança Urbana, Esportes, além da CET e da Agência São Paulo de Desenvolvimento.

Ruas abertas

Confira a seguir as ruas que caminham para serem abertas para lazer aos domingos. Os dados foram divulgados no site da Prefeitura de São Paulo. A Secretaria de Coordenação das Subprefeituras informou que o nome de duas ruas aprovadas em audiências públicas ainda está em análise.

— Avenida Paulista (Sé)
— Benedito Galvão – trecho entre a Taubaté e a Apetiribu (Aricanduva)
— Avenida Carlos Caldeira Filho – entre o Metrô Campo Limpo e o Metrô Capão Redondo – (Campo Limpo)
— Avenida Sumaré – trecho ainda a definir (Lapa)
— Rua do Mar Paulista (Cidade Ademar)
— Rua Professor Onésimo Silveira (Pirituba/Jaraguá)
— Rua Major Walter Carlson (Butantã)
— Avenida Professor Alceu Maynard Araújo (Santo Amaro)
— Engenheiro Luís Gomes Cardim Sangirardi (Vila Mariana)
— Rua Curuçá (Vila Maria/Vila Guilherme)
— Avenida Miguel Inácio Curi (Itaquera)
— Avenida Arquiteto Vilanova Artigas (Sapopemba)
— Rua Professor Antonio de Castro Lopes (Ermelino Matarazzo)
— Avenida Luiz Gushiken (M’Boi Mirim)
— Rua Salvador Albano (Perus)
— Rua Medeiros de Albuquerque (Pinheiros)
— Henrique Chamma (Pinheiros)
— Avenida Antônio Estêvão de Carvalho (Penha)
— Avenida Barão de Alagoas (Itaim Paulista)
— Rua Aida (Ipiranga)

Matéria publicada originalmente no portal R7.
 

 

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