Audiência discute impacto de corredores de ônibus no Cambuci

Por JELDEAN SILVEIRA, DA REDAÇÃO – Câmara Municipal de São Paulo

Uma audiência pública foi realizada na noite desta quinta-feira (1/10) pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara para discutir reivindicações e sugestões à mudança do tráfego na avenida Lacerda Franco e na avenida Lins de Vasconcelos, após a implantação de corredores exclusivos de ônibus na região.

A reunião contou com a presença do diretor de Operação da CET (Companhia de Engenharia e Tráfego), Valtair Ferreira Valadão, que apresentou alguns dados sobre o impacto positivo do corredor binário no trecho que liga o Largo do Cambuci e a Vila Mariana, na zona sul.

De acordo com Valadão, as 13 linhas que trafegam pelo corredor exclusivo ganharam quase 50% de velocidade no trajeto, transportando mais de 107 mil pessoas. Ele também informou que a operação aumentou a fluidez dos automóveis, o número de vagas de estacionamento na Zona Azul e reduziu em 90% o número de acidentes.

“Toda a operação contou com estudos. Não criamos situações da noite para o dia. Nossa prioridade é melhorar o fluxo do transporte para os pedestres e usuários de transporte de forma efetiva, escutando os moradores e os comerciantes do local”, afirmou o diretor.

Já os moradores que participaram da audiência contestaram os dados apresentados pelo diretor e ainda apresentaram os impactos negativos da operação, com fotos que ilustravam as vias com asfalto danificado, imóveis com rachaduras, acidentes de trânsito, engarrafamentos e pontos de difícil acesso às paradas de ônibus que foram instalados em partes íngremes das vias.

“É uma série de problemas causados por um tráfego que não existia e que agora passou a ser intenso. Não foram feitos estudos de impacto ambiental e nem impacto de vizinhança para viabilizar essa operação. Estamos falando de um bairro com maior número de idosos da cidade, e eles estão sofrendo com essa situação. Queremos saber as soluções reais para estes problemas”, disse a presidente da AMAC (Associação de Moradores e Amigos do Cambuci), Cristina Capelão.

“Estamos trazendo aqui a insatisfação não só dos moradores, mas dos usuários do transporte. Esse desnível traz insatisfação e insegurança aos idosos, aos deficientes físicos, aos moradores e comerciantes, que foram prejudicados com isso. Precisamos que os órgãos responsáveis, CET, SPTrans, Secretaria de Transporte, nos ouça de forma organizada para resolver de alguma forma este problema”,  solicitou a moradora Georgia Rogel.

A audiência foi presidida pelo vereador Aurélio Nomura (PSDB) e acompanhada pelo vereador Jair Tatto (PT), que se propuseram a realizar uma nova reunião com o diretor de planejamento da CET, Tadeu Leite Duarte, para que sejam solucionadas as dúvidas sobre a operação. “Devemos montar uma comissão de vereadores e moradores para ouvir o diretor de planejamento e saber o que realmente pode ser feito para resolver essa situação. Sabemos que muitos eixos que receberam alterações com os corredores sentiram as mudanças, mas se está havendo risco de danificar as estruturas dos prédios, precisamos fazer alguma coisa”, afirmou Tatto.

Matéria publicada originalmente no portal da Câmara Municipal de São Paulo.

 

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