Roubos, furtos e homicídios em agosto caem na capital paulista

Secretário de Segurança adiantou dados que são oficialmente informados todos os dias 25; não foi divulgada a letalidade policial.

Por Rafael Italiani e Marco Antônio Carvalho

O número de homicídios, roubos e furtos caiu em agosto na cidade de São Paulo, na comparação com o mesmo mês de 2014, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 23, pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). A taxa de assassinatos na capital atingiu o menor nível da série histórica, que teve início em 2001, chegando a 9,22 mortes por 100 mil habitantes. A quantidade de pessoas mortas por policiais em serviço, índice que havia apresentado alta em julho, não foi divulgada. 

Em agosto deste ano, houve queda de 20,24% nos casos de homicídios na cidade. Foram 67 assassinatos, ante 84 no mesmo período de 2014. De acordo com a SSP, esse é o menor índice mensal desde agosto de 2001, ano em que os dados começaram a ser divulgados pelo governo estadual – naquele mês, a pasta registrou 366 casos na capital. No índice de roubos, também houve queda, passando de 13.027 registros para 12.501, diminuição de 4%.

Os roubos e furtos especificamente de veículos também caíram: 25,58% e 12,49%, respectivamente. Ainda assim, foram 2.770 casos de roubo de veículo no mês passado na cidade. O roubo de carga teve a sétima queda em oito meses. Foram 307 casos, ante 381 no mesmo mês de 2014: redução de 19,42%. 

Os furtos em geral caíram de 15.515 ocorrências, em agosto de 2014, para 14.579 casos neste ano. Houve redução também na quantidade de latrocínios (roubo seguido de morte): de 13 casos para 10.

Apesar da melhora, a cidade não está livre de casos violentos. Nesta terça-feira, 22, um representante comercial de 31 anos, que preferiu não se identificar, foi alvo de um assalto na frente da sua casa, no Jabaquara, zona sul. “Não me sinto seguro de forma nenhuma. Me revistaram no chão com uma arma na cabeça” relembrou. 

Marketing

Como nos meses anteriores, o governo estadual voltou a desmembrar as estatísticas de criminalidade, em vez de publicá-las de uma única vez, ressaltando a queda nos índices. Os dados apresentados ontem dizem respeito apenas à capital. O levantamento para a Região Metropolitana e o restante do Estado será divulgado amanhã.

Para especialistas na área de segurança pública, a medida representa “marketing político” e pode “comprometer a credibilidade” das informações. “A população perde a crença no que está sendo divulgado. Só há credibilidade se for publicado regularmente. De forma seletiva e parcial, as pessoas acham que o que não foi divulgado é muito ruim e por isso não foi mostrado”, afirma o especialista em segurança pública Ignacio Cano.

Para Guaracy Mingardi, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, preocupa a estratégia de divisão na divulgação dos dados. “Não dá para pensar em outra coisa senão marketing político. Até porque a divulgação de números ruins agora ocorreria pouco tempo depois de episódios de repercussão, como a chacina em Carapicuíba, que deixou quatro mortos”, disse.

Os dados foram apresentados pelo secretário Alexandre de Moraes e pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em um encontro dos Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs).

Alckmin minimizou o desmembramento. “Nós somos um dos poucos Estados que publicam (os dados) todo mês e o faz pela internet. Agora, é importante também, para estimular o trabalho policial, destacar os avanços”, disse.

Já o secretário Alexandre de Moraes afirmou que a sensação de segurança do paulistano vai aumentar, citando a redução dos indicadores de agosto. “Logicamente é um grande passo, uma grande melhoria na segurança.”

Matéria originalmente publicada no jornal O Estado de S. Paulo

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