Chuva atinge Cantareira, mas volume não deve subir

Nível do sistema ontem (26) era de 7,2%, o menor da história; solo seco absorve água; Em Ourinhos, no interior paulista, uma mulher está desaparecida desde temporal na quinta (25).

A chuva que foi e voltou pela capital paulista nesta sexta-feira (26) atingiu também a região do sistema Cantareira, na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, mas sem força para elevar suas reservas.

De acordo com o professor de meteorologia da USP Augusto José Pereira Filho, para "começar a fazer cócegas" nos estoques das represas, a chuva precisaria ser mais intensa e durar um mês inteiro.

"O solo está rachado, com sede. O deficit de água na região é da ordem de 140 milímetros e, nas últimas 24 horas, choveu entre 7 e 15 mm sobre o Cantareira", estimou, às 20h30 de ontem (26).

Sobre a represa Jaguari-Jacareí, que responde por 82% do armazenamento do sistema, havia chovido 10 mm até o mesmo horário, segundo Pereira Filho.

Cada mm de chuva equivale a um litro de água por m². Em um temporal forte chove 60 mm em uma hora.

Ontem, o nível do Cantareira era de 7,2%, o menor de sua história. Procurada, a Sabesp disse que só divulgaria novos índices na manhã de hoje (27).

O professor da USP diz que as chuvas mais fortes ocorreram no litoral, na região de Campinas e na zona leste paulistana –onde choveu até 70 mm em 24 horas.

Na capital, mesmo com a chuva moderada, houve alagamento no elevado Costa e Silva (centro) e impacto no trânsito da cidade, com registro de congestionamento acima da média durante a tarde, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

Às 18h, o trânsito na cidade era de 237 km. Segundo a companhia, a média para o dia e horário fica entre 168 km e 206 km.

Interior

Em Ourinhos (a 378 km de SP), uma tempestade com granizo e ventos de até 81 km/h provocou destruição na noite de quinta-feira (25).

Uma mulher foi levada por um córrego e estava desaparecida até a conclusão desta edição. Árvores, muros, telhados, postes e fiação caíram. Parte da cidade ficou sem luz e telefone.

O asfalto cedeu em várias ruas. Casas foram inundadas. Os bombeiros retiraram três famílias que estavam em carros arrastados pela água na região central da cidade.

Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo

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