Consumo de água na Grande SP cresce no primeiro semestre

Em meio à crise hídrica, a região metropolitana de São Paulo terminou o primeiro semestre deste ano sem reduzir o consumo de água, segundo dados da Sabesp divulgados nesta terça (19) a investidores.

Entre janeiro e junho deste ano, o consumo nas 43 cidades da região cresceu 1,1% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Os dados se referem a 31 cidades da Grande São Paulo (incluindo a capital) mais 12 cidades da região de Bragança (a 85 km de São Paulo) que são abastecidas pelo Cantareira e outros cinco sistemas.

Desde fevereiro, os consumidores abastecidos pelo Cantareira que reduzem em 20% o consumo de água têm desconto de 30% na conta. Os demais clientes dessas 43 cidades começaram a ter o desconto em março e maio.

Neste ano, o consumo caiu 2% (equivalente a 6 bilhões de litros) no segundo trimestre, em relação ao mesmo período de 2013. Já de janeiro a março, houve um aumento de 4%.

A conta é referente à água faturada, ou seja, que foi registrada nos hidrômetros e cobrada dos consumidores.

A Sabesp disse, em nota, que considera a queda de 2% "significativa". A companhia afirma que, no período, o número de ligações de água cresceu 5% na região metropolitana, ou seja, houve redução no consumo, apesar de haver mais gente usando água.

Lucros

A Sabesp também anunciou uma queda de 16,4% nos lucros no segundo trimestre de 2014, em comparação com o mesmo período de 2013.

O recuo foi classificado como resultante de um fator "extraordinário" pela empresa. "[A redução] normalmente não ocorreria, caso não estivéssemos passando por esse momento de extrema crise hídrica", disse o diretor econômico-financeiro Rui Affonso.

O lucro líquido da companhia passou de R$ 361,7 milhões para R$ 302,4 milhões. O principal responsável é o programa de bônus, que fez com que a Sabesp perdesse R$ 88,1 milhões no segundo trimestre deste ano.

No entanto, permanece considerável o índice da população que aumentou o consumo, um total de 22%. Desde maio, o número de clientes com maior gasto de água nunca ficou abaixo de 21%. 

Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo

Compartilhe este artigo