“Mortalidade infantil vai chegar à meta só em 2030” – Folha de S.Paulo

Projeção do IBGE para essa data é de nove óbitos por mil nascidos vivos. Expectativa de vida dos brasileiros, hoje estimada em 74,8 anos, deve chegar a 81,2 anos em 2060, diz instituto.
 
Apesar da queda rápida da taxa de mortalidade infantil na última década, só em 2030 o Brasil conseguirá ficar abaixo do índice tido como aceitável pela Organização Mundial da Saúde, de dez mortes para cada mil nascimentos.
 
Naquele ano, projeção do IBGE divulgada ontem aponta para nove óbitos para mil crianças nascidas vivas.
 
De 2000 a 2010, o índice caiu de 29 para 17,2 por mil. A projeção para 2013 é de 15 por mil. A projeção considera o ritmo atual de redução da mortalidade.
 
O instituto também divulgou projeções da expectativa de vida da população.
 
Em 2060, os brasileiros viverão 81,2 anos. Trata-se de um nível já alcançado em 2011 (último dado disponível) por países europeus que hoje estão em crise, como Itália (82,1 anos) e Espanha (81,6 anos). Em 2013, a esperança de vida no Brasil foi estimada em 74,8 anos.
 
Para a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, o país "evoluiu muito" nos últimos anos, principalmente na mortalidade infantil, mas ainda persistem desigualdades regionais e carências.
 
Um fator positivo para a redução da mortalidade infantil foi o aumento da escolaridade feminina. Com mais conhecimento e acesso à informação, melhoram os cuidados de saúde e higiene.
 
As discrepâncias regionais também são notadas na expectativa de vida, embora tendam a cair no futuro.
 
Na projeção do IBGE, Santa Catarina, que hoje já tem a maior esperança de vida, deve se manter nessa posição, chegando a 82,3 anos em 2030. No outro extremo, o Maranhão terá a menor taxa em 2020 (71,7 anos). Em 2030, essa posição deve ser ocupada pelo Piauí, com 73,4 anos.
 
Diante do previsto declínio da população a partir de 2043 e do acelerado envelhecimento, diz Wasmália, o Brasil terá de discutir mudanças na legislação de imigração, hoje "muito fechada". Foi o que fizeram Europa, Japão e Canadá, por exemplo, quando viveram tal fenômeno.
 
É que, diz, com o desenvolvimento e o avanço da renda, o país precisará de mão de obra para algumas funções (em geral as de menor qualificação), num cenário em que a população local se reduz.
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