“Plano Diretor pode diminuir desigualdade entre periferia e centro de SP” – SpressoSP

Ausência de equipamentos públicos nas periferias contribui para a violência
 
Por Leandro Fonseca*
 
Jovens moradores de regiões periféricas de São Paulo enfrentam a ausência a serviços de saúde, de educação e trabalho em seus bairros. “É preciso encontrar o cinema, o teatro, o espaço público qualificado onde o jovem está, senão vai passar mais de duas horas e meia para sair de casa e chegar em qualquer lugar”, afirma o vereador Nabil Bonduki, relator do Plano Diretor de 2002, que será revisado neste ano. Bonduki aponta que é preciso diminuir a desigualdade na cidade, romper a concentração de serviços no centro expandido e criar uma nova polarização nas áreas mais periféricas. Nesse sentido, a revisão do Plano Diretor, que vai definir o planejamento urbanístico de São Paulo para os próximos dez anos, terá grande importância.
 
Para o sociólogo Maurício Broinizi, da Rede Nossa São Paulo, há uma relação entre a geração de violência e da marginalização de setores da juventude devido à ausência do Estado e de uma distribuição justa do orçamento público nas regiões mais necessitadas. “Em determinadas áreas de São Paulo, onde faltam equipamentos culturais e esportivos, geração de emprego e renda, os índices de homicídio juvenil e atos infracionais na juventude são maiores. A ausência do Estado como provedor da universalização da educação, da saúde e do acesso aos bens culturais, provoca situações de violência e marginalização de diversos setores da juventude”, afirma.
 
Ros Mari Zenha, do Fórum Suprapartidário por uma São Paulo Saudável e Sustentável, espera que a discussão sobre o novo Plano se dê de forma democrática e com controle social na busca por uma cidade com melhor qualidade de vida. “É no momento da discussão do Plano Diretor onde as propostas interagem, conseguir arredondar algo que seja um denominador comum, satisfatório pra todos nós”, afirma.
 
“Não basta apenas aprovar uma coisa de modo autoritário e enfiar essa coisa pela goela das pessoas. A ideia é fazer que esse processo seja democrático”, diz o vereador e atual presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Américo.
 
*Leandro Fonseca é estudante de jornalismo e participa do “6º curso Descobrir São Paulo, Descobrir-se Repórter”, do Projeto Repórter do Futuro da Oboré, realizado em parceria com a Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). As conferências são realizadas no auditório Freitas Nobre na Câmara Municipal e podem ser acompanhadas online pelo site http://www.camara.sp.gov.br.
 
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