“Governo anuncia nova expansão de programa social” – Folha de S.Paulo

Brasil Carinhoso, um complemento do Bolsa Família, passará a beneficiar famílias com filhos de até 15 anos


Cerca de 7,3 milhões de famílias receberão o auxílio, que hoje só vale para quem tem crianças entre zero e seis anos

DE BRASÍLIA


Uma nova expansão de um programa federal de transferência de renda
anunciada ontem permitirá ao governo atingir a meta de retirar, até o
fim do ano, 16,4 milhões de pessoas da miséria, ou quase 87% dos
beneficiários do Bolsa Família que estavam em situação de extrema
pobreza no início de 2012.

A redução expressiva do total de brasileiros com renda mensal individual
abaixo de R$ 70 -a linha oficial da pobreza- se deve à criação, em maio
deste ano, do programa Brasil Carinhoso.

Braço do Bolsa Família, o programa garante um complemento variável de
renda para que os ganhos dos membros das famílias ultrapassem a linha da
miséria.

No lançamento, o Brasil Carinhoso se aplicava às famílias com crianças
entre 0 e 6 anos e beneficiou 9,1 milhões de pessoas. A partir de 10 de
dezembro, serão beneficiadas as famílias com filhos de até 15 anos. Com
isso, outros 7,3 milhões receberão o complemento.

Segundo o cadastro do Ministério do Desenvolvimento Social, permanecerão
na pobreza extrema 2,5 milhões de brasileiros. Sem as transferências de
renda, esse número seria de 36 milhões.

A nova regra terá um custo adicional de R$ 1,74 bilhão por ano, fazendo
com que o Brasil Carinhoso alcance R$ 3,9 bilhões. O Bolsa Família deve
custar R$ 23,2 bilhões em 2013.

Todos esses cálculos de redução de extrema pobreza tem como base apenas parâmetros apenas monetários.

Erradicar a miséria é a principal promessa da presidente Dilma Rousseff.
Para tentar cumpri-la, antes do lançamento do Brasil Carinhoso, ela
criou o Brasil Sem Miséria, um plano multidimensional que une
transferência de renda, melhora dos serviços públicos e capacitação
produtiva dos cidadãos.

Quando anunciado, no ano passado, esse outro plano usou dados do Censo
2010 para definir seu universo de atuação: 16,2 milhões de pessoas em
extrema pobreza. O dado do cadastro do ministério, no entanto, é mais
atual.

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