Programa de reeducação ambiental e saúde gera projetos comunitários

 

Colaboração – Juliana Lemes

Estimulados pelo Projeto Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS), moradores de diversas comunidades da grande São Paulo passam pelo processo de reeducação ambiental e prevenção à saúde por meio de projetos de desenvolvimento sustentável. Algumas iniciativas conseguiram resultados importantes, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, como diminuir em 70% os casos de dengue no bairro de Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo. As atividades são desenvolvidas de acordo com as necessidades e as condições de cada comunidade. Com a orientação dos agentes comunitários, os moradores promovem  áreas de lazer, de saúde, e centros de trabalhos futuros geradores de fonte de renda alternativa. 

O PAVS, realizado em parceria entre as Secretarias Municipais do Verde e do Meio Ambiente, Saúde e Desenvolvimento Social, teve duração de um ano e se encerrou no final de julho. O período incluiu a fase de capacitação dos agentes comunitários que atuaram junto aos moradores e o início da implementação dos projetos. A proposta era que ao final do prazo as comunidades passassem a tocar as iniciativas. Em um ano, mais de 60 projetos foram criados nas  diversas localidades da cidade. Segundo a administração financeira do PAVS, o programa custou R$ 11 milhões.

Mesmo sem o apoio das parcerias, e a coordenação dos agentes comunitários, os moradores prosseguem com os projetos. Em Guaianazes, Zona Leste de São Paulo, a semente foi plantada na “Horta.com.esperança”. Em menos de seis meses já é possível, literalmente, fazer uma boa colheita de beterraba, cenoura, batata, agrião, alface, tomate, e muitos outros alimentos. O suficiente para alimentar aproximadamente 10 famílias.

“Quando venho para a horta, nem vejo a hora passar. Além de ser um lazer para mim, aproveito e cuido da minha saúde. Desde que começamos a cuidar das plantações  perdi alguns  bom quilos. Se Deus quiser, daqui para frente ela será umas das nossas fontes de renda”, diz o colaborador, pastor Bernardino. Com o espaço doado, os moradores pretendem criar também o “Centro de Reciclagem para um mundo melhor”.

Outra experiência positiva está ocorrendo no Jardim São Francisco  –  é a “Cozinha Experimental”, que tem por finalidade o reaproveitamento dos alimentos. Os moradores também pretendem dar continuidade ao trabalho, e mostram que projetos como esses, deram o impulso que faltava para a comunidade se organizar, e se reeducar com novos hábitos ambientais e com a própria saúde.

Os moradores de São Francisco ainda encontram no grupo de terapia comunitária, espaço onde as pessoas compartilham suas angústias. “É uma forma dos idosos se abrirem. Muitas pessoas se recuperam a partir do grupo. Quando a boca se cala o coração adoece, quando a boca abre o coração sara!”, ressalta a agente comunitária de saúde Eliana Alves da Silva.

Com os contratos encerrados, os projetos iniciados pelo PAVS terão a manutenção e acompanhamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e também pela gestão descentralizada da Secretária do Verde e do Meio Ambiente.  Já os ex-gestores do PAVS esperam o pronunciamento das secretarias sobre o futuro do projeto, e a possibilidade de renovação de contrato. “Estou muito satisfeita com o resultado. Realizamos um trabalho fantástico em um bairro onde não há quase espaço de lazer, e nem pra criá-lo. E plantamos a conscientização na população, isso é o mais importante, pois agora eles podem prosseguir com os trabalhos”, comenta a ex-gestora Aurora.


 

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